A Agência Nacional de Petróleo (ANP) conseguiu leiloar 20% de todas as áreas oferecidas na Sétima Rodada de Licitações de áreas de Petróleo e Gás e tem motivos mais que suficientes para comemorar, pois a média mundial de arremates neste tipo de licitações é de 10% a 12%. Nos três dias de leilão foram adquiridas 251 concessões de blocos exploratórios que renderam aos cofres do Tesouro R$ 1,088 bilhão.
Haroldo Lima, diretor-geral da ANP, que ontem foi oficializado na função que vinha ocupando interinamente, quer que a Petrobras devolva mais áreas inativas para licitar nos próximos leilões. A reguladora tem 40 campos em carteira e estima que a estatal tenha 150 campos com produção pequena. A resistência da Petrobras, segundo Lima, é uma decisão do acionista majoritário, no caso o governo federal.
A Sétima Rodada foi marcada pela volta das grandes petrolíferas e, mais uma vez, pelo domínio da Petrobras. 114 áreas foram arrematadas por empresas estrangeiras, enquanto a Petrobras, sozinha, ficou com 96.
No terceiro e último dia do leilão, anteontem, pequenas e médias empresas tiveram a oportunidade de estrear no setor petrolífero. É o caso da C. Foster, especializada em serviços de telecomunicações que arrematou dois campos de áreas inativas, Cidade de Pirambá e Alagamar, em Sergipe, levados por lances de R$ 10 mil. Os investimentos serão de R$ 460 mil e R$ 810 mil respectivamente.
Outro campo em Sergipe, o Carapitanga, será explorado pela Silver Marlin, que deu lance de R$ 207 mil e plano de investimento de R$ 3,7 milhões. A área, situada a 80 quilômetros de Aracaju, produziu petróleo durante quinze anos, até 1998. Ainda na região sergipana, o campo de Tigre contará com investimentos da ordem de R$ 10 milhões, cifra prometida pela construtora Severo &; Vilares Projetos. Em Foz do Vaza Barris, a 27 quilômetros da capital, a RAL Engenharia vai investir R$ 2,5 milhões. Com investimentos de R$ 6,3 milhões, a construtora Pioneira produzirá petróleo praticamente dentro da cidade de Aracaju. O lance de R$ 106 mil foi suficiente para vencer a disputa pelo campo com outras 15 empresas.
O maior lance do leilão de áreas inativas partiu do consórcio ligado a estudantes e professores da Universidade de Brasília. Com outros investidores como a Universidade de Salvador e alguns consultores formaram o consórcio das empresas ERG e a Panergy. Juntas, ofereceram R$ 710 mil pelo campo de Morro do Barro, produtor de gás de 964 a 1988. O representante do grupo vencedor, James Teixeira, afirmou que a região possui "milhões" de metros de gás natural. De olho no insumo, apresentou planos para investir 13,8 milhões na região, situada na Ilha de Itaparica.
O campo de Jiribatuba, na bacia de Camamu, figurou entre os mais concorridos e foi levado pela construtora Pioneira. Gamboa, no recôncavo, foi a área mais barata, com lance de R$ 2 mil da Petrolab.
kicker: O volume leiloado corresponde a 20% da oferta, acima da média mundial neste tipo de licitações que vai de 10% a 12% .
21/10/2005
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