O secretário de Administração de Sinop, Hildebrando França, garante que não haverá a suspensão da licitação para a construção da rede de esgoto do município, obra que seria executada pela empresa Gautama. Ele atesta que a concorrência foi feita de forma legal.
O proprietário da construtora Gautama e principal acusado de chefiar o esquema fraudulento, Zuleido Soares Veras, esteve Sinop no dia 19 de março deste ano participando da assinatura do contrato e lançamento da obra da rede de esgoto do município. Além do empresário, o ex-secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do município, Jair Pessine, também participou da solenidade.
Apesar de a obra até já ter sido lançada com a presença de Zuleido em Sinop, o contrato de empréstimo junto ao BNDES ainda não foi celebrado. O mesmo está por acontecer na próxima quarta-feira (23). De acordo com cálculos da prefeitura, a rede será o primeiro sistema de esgoto da cidade e chegaria a 40% da população, com uma extensão de 162 km de encanamento.
Além de Hildebrando, o procurador jurídico do município, Astor Reinheimer, afirmou que a licitação correu de forma correta e legal. De acordo com o procurador, tanto não houve problema na licitação da rede, pois ela foi aprovada pelos órgãos competentes, como a Procuradoria da Fazenda Nacional, o Tesouro Nacional, além do próprio BNDES.
Com base no inquérito da Polícia Federal ao qual teve acesso, não consta nenhuma denuncia contra o processo licitatório. “Houve fraudes em outros processos licitatórios e não em Sinop. Todos os procedimentos foram completos e feitos legalmente”, disse ele.
OUTRAS INFORMAÇÕES – Informações da Agência Estado veiculadas ontem davam conta de que Marcelo Segura, advogado do prefeito de Sinop (MT), Nilson Leitão, também esteve na Superintendência e deixou o local sem conversar com seu cliente. Ele afirmou que só vai orientar seu cliente a se manifestar no interrogatório --os presos começam a ser ouvidos na segunda-feira-- se tiver acesso a todas as transcrições das escutas telefônicas feitas pela PF com autorização da Justiça. O prefeito teria recebido propina no valor de R$ 200 mil da Gautama.
O advogado do ex-secretário do prefeito de Sinop, Jair Pessine, disse que seu cliente não era mais secretário de Desenvolvimento Urbano do município de Sinop quando teriam ocorrido as irregularidades apontadas pela PF. "Ele está liberado para dizer a verdade", afirmou o advogado Claudio Alves Pereira. Ele é acusado de ter intermediado o pagamento de propina da Gautama para o prefeito.
20/05/2007
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