Monumentos de Salvador (BA) serão recuperados pelo PAC Cidades Históricas


Os arcos e as muralhas da encosta, que integram o conjunto arquitetônico, paisagístico e urbanístico do Centro Histórico de Salvador, serão restaurados e receberão recursos do PAC Cidades Históricas. A licitação para contratação dos projetos executivos está aberta e as propostas das empresas interessadas em participar do processo serão abertas no próximo dia 15 de abril.

Localizados na Ladeira da Conceição da Praia, os arcos têm relevância histórica, mas o precário estado de conservação chama a atenção, com destaque para o revestimento externo e interno, deficiência das instalações elétrica e hidrossanitárias e proliferação de fungos, infestação por insetos. Há também graves patologias no sistema estrutural de apoio aos pisos dos mezaninos. A intervenção na estrutura física visa proporcionar melhor atendimento à comunidade e aos turistas que visitam o Centro Histórico de Salvador. As medidas propostas pelo IPHAN respeitarão ao máximo as características originais do monumento e promoverão adaptações e requalificações dos espaços internos, possibilitando o uso das edificações com as melhorias do mundo contemporâneo, visando à implantação de residência artística.

Já as muralhas do Centro Histórico, localizadas nas Ladeiras da Montanha e da Misericórdia, apresentam patologias que ainda não chegam a agravar a estrutura como um todo, mas podem causar futuros colapsos. Estão previstas intervenções de reparo no sistema de drenagem, recomposição das brechas causadas pela desagregação e ação do tempo, além de uma repaginação da vegetação, com um projeto paisagístico, bem como a criação de uma iluminação especial de toda a área. A muralha de contenção da encosta trata-se de um muro de arrimo em pedra bruta com contrafortes de pedra e, em alguns trechos, estruturados em arcos.

Arcos da Ladeira da Montanha
Nas primeiras décadas do século XIX, teve início o processo de urbanização das encostas da montanha que separa as Cidades Alta e Baixa, visando impedir os sucessivos deslizamentos e desabamentos nas encostas e conter sua ocupação. As obras de contenção foram realizadas entre as décadas de 1850 e 1860, que deram forma definitiva às Ladeiras da Conceição e Misericórdia.

Essenciais rotas de ligação entre a praia e a cumeada, as duas ladeiras eram, no entanto, extremamente íngremes tornando árdua a subida de pessoas e animais com carga. Em virtude disso, em 1878, optou-se pela construção de uma ladeira de inclinação mais suave. Assim, o presidente em exercício, Barão Homem de Melo, contratou os serviços da Empresa de Transportes Urbanos de Antônio de Lacerda que, sobre a Ladeira da Conceição, construiu os 23 arcos, feitos de pedra, que dão sustentação à Ladeira Barão Homem de Melo - conhecida popularmente como Ladeira da Montanha.

Originalmente abertos, estes arcos foram ocupados aos poucos pela população local que instalou ali pequenos comércios de solda, carpintaria, marmoraria, dentre outros e até mesmo algumas moradias, funcionando até os dias de hoje. A última restauração dos edifícios localizados nos Arcos da ladeira aconteceu no ano de 1991.

Muralhas do frontispício da Cidade Alta/Cidade Baixa
As muralhas começaram a ser construídas no dia 1º de abril de 1549, todas em taipa de pilão, para defender a cidade de Salvador e proporcionar a segurança de seus novos habitantes. Com o passar dos anos, os paredões foram se desenvolvendo e ruindo em consequência da sua implantação em área sujeita a deslizamentos em razão das abundantes chuvas.

Para reforçar a segurança, os portugueses construíram uma nova muralha, partindo da Misericórdia e se estendendo até a atual Praça Castro Alves. Media aproximadamente 1,1 mil metros, sendo 366 metros para o lado de terra; 366 metros para o lado do mar; 99 metros para o lado do sul, vértice de conformação triangular da cidade, e 269 metros para o lado Norte, sua base.

O constante alargamento da cidade ao norte e ao sul obrigava o Governo a redefinir de quando em quando os limites amuralhados da cidade, e isso vai perdurar até o final do século XVIII, quando da derrubada definitiva das Portas da cidade.

PAC Cidades Históricas
Mais do que conservar imóveis tombados, o PAC Cidades Históricas privilegiará, em vários estados brasileiros, a recuperação de edificações destinadas às atividades que favoreçam a vitalidade dos sítios históricos. Entre as 425 obras beneficiadas, 115 serão em imóveis que abrigam equipamentos culturais, como teatros, cinemas e bibliotecas, além dos 39 museus cujos edifícios também serão recuperados pelo Programa. Serão destinados R$ 1,6 bilhão em 44 cidades de 20 estados brasileiros.

Os projetos preveem restaurações e requalificações. A restauração implica o conserto e reparo de estruturas e objetos desgastados pelo uso e pelo tempo conservando suas características originais da forma mais fiel possível. A requalificação geralmente envolve as áreas externas, como praças e ruas, e visa agregar mais conforto, iluminação, segurança, beleza e qualidade de vida ao espaço público.


26/03/2014

Fonte: IPHAN

 

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