Considerado “curinga” no governo Blairo Maggi, o diretor-geral do Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (Dnit), Luiz Antônio Pagot (PR), agora impõe sua linha de atuação e sistema de trabalho frente aos desafios do setor no país. Há oito meses no comando da autarquia ligada ao Ministério dos Transportes, Pagot dimensiona os avanços já obtidos através da implantação de programas, além de lançar estimativas otimistas em relação aos investimentos previstos para o país e em especial, para Mato Grosso estimados em R$ 1,3 bilhão até 2010.
Contudo, as cifras generosas ainda esbarram em lacunas como a falta de projetos – peças fundamentais para a concretização dos planos. Mesmo com atenção centrada nas ações do órgão, Pagot não dispensa sua participação no processo eleitoral do Partido da República, com foco para as eleições municipais. Nesta entrevista ao Diário, ele chama a atenção para o pleito que servirá de “teste” para medir a força política do PR. Aposta no nome do empresário Mauro Mendes (PR) na disputa à prefeitura de Cuiabá e faz menção positiva ao projeto de reeleição do prefeito de Rondonópolis, Adilton Sachetti, do mesmo partido.
Mesmo confiando na possibilidade de o prefeito Murilo Domingos (PR) obter bons resultados nas eleições, não dispensa críticas ao partido no município. Para Pagot, faltou articulação política ao PR de Várzea Grande. Diz ainda que um projeto de disputa ao governo do Estado em 2010 deve ser feito com “inteligência”, através da consolidação de um amplo arco de alianças.
Diário de Cuiabá - O senhor assumiu a direção geral do Dnit no dia 03 de outubro de 2007. De lá para cá conseguiu viabilizar o que pretendia em termos de projetos para os estados e em especial para Mato Grosso?
Luiz Antonio Pagot - Ao invés de trabalhar com assuntos pontuais e de resolver parcialmente os problemas, eu busquei trabalhar com linhas de ações mais consistentes. Então com programas mais amplos e abrangentes. Por exemplo, eu dividi as ações em dois setores, o de obras e o setor operacional das rodovias. No operacional são quatro itens que estamos dando prioridade que é a sinalização, a parte de pesagem, de controle de velocidade e educação no trânsito. Então o projeto operacional, que é de longo prazo, tem nesse momento já em andamento o programa pró-sinal que é para resolvermos os problemas da sinalização horizontal e vertical de todas as rodovias. Acabamos de licitar mais 78 praças de pesagem no Brasil todo e vamos chegar no final do ano com 91 já implantadas. O objetivo é termos em 2010 pelo menos 200 praças de pesagem. Na parte do controle de velocidade só tínhamos a lombada eletrônica e agora vamos ter também a plataforma superior, o radar estático e o radar móvel. No caso de Mato Grosso devemos sair de 61 lombadas eletrônicas para 130. E no Brasil como um todo vamos duplicar a quantidade de lombadas eletrônicas a longo prazo.
Diário - E no setor de obras?
Pagot - No setor de obras estamos tocando a PPI, que era um Programa Piloto de Investimentos, que era prioritário e que vinha do superávit primário. O PPI deu origem ao PAC, é um programa que vinha de 2004, em 2005 ganhou consistência e em 2006 obteve valores expressivos. Esses recursos criaram uma possibilidade invejável de investimentos no setor de infra-estrutura, tanto que nós devemos fazer só no Dnit R$ 33 bilhões de obras até 2010. Nós temos esse ano um orçamento previsto de cerca de R$ 7,8 bilhões do OGU (Orçamento Geral da União) e mais R$ 5,5 a 6 bilhões de restos a pagar. Com isso, vamos ter de R$ 13 a 14 bilhões disponíveis para investimentos. É um recurso extraordinário que dá para fazer muitas obras.
Diário - Quanto se estima de investimentos para o Estado de Mato Grosso?
Pagot - Para Mato Grosso até 2010 a previsão é de R$ 1,3 bilhão de investimentos. No Dnit faltam projetos para que a gente possa efetivamente colocar essas obras em prática. Nessa área de obras, como pretendemos trabalhar com programas consistentes, lançamos 26 mil quilômetros e outro de 32 mil quilômetros. Nesse momento ainda temos problemas no Mato Grosso e no Brasil. Pelo menos 15% das nossas rodovias estão em péssimo estado, 35% estão em estado satisfatório e 50% estão em estado de bom para ótimo. Mas essa parcela de 15% nos incomoda muito então temos que superar e isso deve ocorrer no segundo semestre de 2009, quando os grandes programas estarão em andamento e cumprindo com toda qualidade de obras. Nosso objetivo é até 2010 investir só nestes dois programas e no de manutenção, que é um valor expressivamente pequeno, R$ 11 bilhões. Temos 66 mil quilômetros de rodovias pavimentadas que são de responsabilidade do Dnit.
Diário - Quais os programas para a área ferroviária?
Pagot - Nós temos outros programas que são na área ferroviária, que também pretendem reduzir os acidentes nos trechos rodoviários. A medida provisória 247 de 9 de maio, ela traz um novo PNV ferroviário, o Plano Nacional de Viação Ferroviário tem uma nova malha. Para Mato Grosso, é um passo extraordinário em termos de viabilidade ferroviária porque terá o respaldo agora da Ferronorte, que sai esse ano de Alto Paraguai na direção de Rondonópolis. Em julho deve começar as obras com conclusão até outubro de 2010.
Diário - Acha que é prioridade a chegada a Cuiabá?
Pagot - É prioridade não só a chegada a Capital como ir a Diamantino pelos grandes projetos agroindustriais que estão sendo implantados em Mato Grosso. Obviamente como é uma companhia privada vai querer ir atrás da carga que estará centrada em Diamantino, muito mais do que em Cuiabá. Mas queremos no mínimo até 2014 o projeto até Cuiabá concluído, para que haja a implantação da ferrovia.
Diário – O senhor estará aliando o seu trabalho no Dnit com as questões do partido?
Pagot - A minha prioridade clara é o Dnit. Sou o diretor geral de um organismo importantíssimo para a nação brasileira e minha prioridade é o Dnit. Mas nas horas vagas vou procurar ajudar meus companheiros e fazer a política partidária necessária.
Diário - O senhor disse anteriormente que o pleito municipal servirá de termômetro para medir a força política do PR. Como está a atuação do partido?
Pagot - Nas eleições de 2008 o Partido da República vai ter que dizer pra que veio no Estado de Mato Grosso. O governador Blairo Maggi entrou no PR e seu grupo político veio para o partido. Muitos prefeitos acompanharam o governador e inclusive saíram de seus partidos e vieram para o PR. Agora o grande teste desse partido no Mato Grosso serão as eleições municipais. Deve demonstrar que é um partido consistente e que tem suas políticas públicas voltadas à população.
Diário – Em Cuiabá o nome é de Mauro Mendes. Acredita que tenha força política suficiente para vencer o pleito?
Pagot - Cuiabá, uma candidatura de muita qualidade. O Mauro é um cidadão preparado pela vida, ele é um industrial que tem um invejável quadro de empregados e que empresta seu nome à política. Eu vejo que temos um nome de grande qualidade e que tem adversários fortes. São adversários políticos, populistas, e ele trabalha numa linha completamente diferente. É um candidato consistente que possui uma base de estudo, de vida. É um lutador e estamos apresentando esse nome à população, que tem condições de ser vitorioso, mas vai depender de muitos fatores. O primeiro fator se refere ao arco de alianças que vai dar sustentação ao Mauro Mendes e o segundo ponto vai ser a empatia que ele conseguir desenvolver através de um programa de televisão com a população e através das diversas aparições que vai fazer nas praças públicas e nos logradouros, enfim. Se ele conquistar a empatia necessária não tenho dúvida que Cuiabá ganhará um prefeito de grande qualidade.
Diário - No processo de coligação se mantém a liderança de chapa do empresário Mauro Mendes? Ou se pensa na chance de recuar da liderança do projeto?
Pagot - Não, de maneira nenhuma. Os partidos que vão vir para agregar, para somar e para fazer parte desse cenário de um nome novo na política em Cuiabá.
Diário - Várzea Grande. Houve a aliança entre o DEM e o PP. O PR aposta nesse quadro para tentar angariar votos?
Pagot - O prefeito Murilo tem uma persistência política que às vezes não foi ainda bem dimensionada. Se você analisar a história política do Murilo ele vem numa evolução. Na administração municipal ele atravessou algumas adversidades e a principal delas foi a queda da arrecadação que aconteceu, não em Várzea Grande, mas em Mato Grosso, que teve reflexos no município. Se você pegar o último ano de mandato na prefeitura do Jayme Campos e o primeiro ano de mandato do Murilo vai notar de um ano para o outro praticamente 40% de queda de arrecadação. Isso para recuperar em termos de prefeitura é muito difícil. O grande êxito dele talvez nesses primeiros 18 meses de mandato foi conseguir manter a folha de pagamento em dia, o que eu considero uma vitória do Murilo Domingos. Talvez o que faltou ao Murilo foi se explicar com a população porque tem muitas obras para mostrar. E aqui eu faço uma crítica ao PR de Várzea Grande, que não se mobilizou para essas eleições.
Diário - Mas quem seria o responsável pela falta de mobilização?
Pagot - Eu não remeto essa culpa somente ao prefeito. Pode ser até que o prefeito tenha parte dessa culpa, mas remeto sim a culpa ao partido, que devia já ter um arco de alianças. Já era para está fechado com o PT, com o PSB com PDT e PV e outros que são da base de sustentação do governador Blairo Maggi e que podiam estar com o Murilo Domingos. O Democratas estão dando o exemplo. Ele mobilizaram e articularam e o nosso partido ficou muito longe dessa articulação. Mas ainda há tempo para fazer alguma coisa.
Diário - Em Rondonópolis como está o cenário. O prefeito Adilton Sachetti possui um quadro favorável para vencer o deputado Zé Carlos do Pátio?
Pagot - Na realidade é o contrário. O Zé Carlos é que tem que vencer o Adilton. O prefeito está muito mais bem posicionado que o Zé Carlos do Pátio. O Adilton é um prefeito de enorme qualidade, um exemplo de prefeito para os mato-grossenses e brasileiros porque tem uma administração invejável. Ele está colocando Rondonópolis num outro patamar. Ele é um candidato difícil de ser batido.
Diário - O seu nome continua sendo cotado no PR para ser o candidato ao governo do Estado em 2010. Quais as perspectivas?
Pagot - Eu não vou fazer política rasteira, fazer qualquer tipo de política e utilizar o cargo do Dnit como ponte para articulações políticas pessoais. O partido é que tem que trabalhar o meu nome e o arco de alianças. Ninguém é candidato sozinho. Em sendo candidato em 2010, com certeza, vou ser candidato de um amplo arco de alianças, eu vou ser candidato de um grupo político que quer me ver no governo do Estado. Não vejo qualquer problema entre Jayme Campos e Luiz Antônio Pagot até porque temos uma grande amizade e em várias campanhas políticas trabalhamos juntos. Já ganhamos eleições, já perdemos eleições e temos uma convivência pessoal harmônica. Eu sempre digo que eu posso ser o candidato dele para 2010 como o meu grupo pode apoiar ele para 2010. Se a utilização boa da liderança política de Luiz Antônio Pagot for continuar em Brasília no Dnit ou em qualquer outra função que assim seja. Se for bom para a política de Mato Grosso que eu venha a ser candidato ao governo do Estado que assim seja. Não tenho ambição pessoal e não fico olhando para o meu umbigo. Eu fico olhando para o Estado como um todo e para a importância desse cargo para o Estado.
09/06/2008
27/03/2025
Prefeitura abre licitação de R$ 10,8 milhões visando a aquisição de materiais de construção
O Município de Cascavel anunciou no Diário Oficial...26/03/2025
Com chegada da Arauco,Governo de MS abre licitação de R$ 3milhões para obra em aeródromo de Inocên..
A Agesul-MS (Agência Estadual de Gestão de Empreen...26/03/2025
Governo do estado publica licitação para construção da nova sede das Ganhadeiras de Itapuã na Lag..
O governo do estado, por meio da Companhia de Dese...26/03/2025
Prefeitura de Jaguaruna lança nova licitação para compra de ônibus escolares
A prefeitura de Jaguaruna lançou nova licitação pa...