São Paulo - O Ministério de Minas e Energia (MME) licitará, em 2007, a linha de transmissão (LT) Tucuruí (PA)-Macapá (AP)-Manaus (AM), segundo Ronaldo Schuck, secretário de energia elétrica do MME. Com isso, os sistemas isolados de Manaus e do Amapá serão conectados ao Sistema Interligado Nacional (SIN). Juntamente com outros projetos de transmissão e gasodutos, a nova interligação contribuirá significativamente para reduzir a Conta Consumo de Combustíveis Fósseis (CCC), estimada em R$ 4,52 bilhões pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) para este ano.
A CCC é um encargo cobrado na tarifa de luz dos consumidores conectados ao SIN para subsidiar o preço da energia nos sistemas isolados, cuja matriz elétrica é predominantemente termoelétrica. Estimativas da Aneel indicam que Manaus e Amapá representam 50% da CCC, parcela que será evitada com a construção da linha. Além das duas localidades, a LT atenderá os municípios situados na margem esquerda do rio Amazonas, contribuindo para reduzir a cobrança do encargo.
Segundo o Plano Decenal de Energia Elétrica 2006-2015, a data limite para implementação do projeto é 2012, considerando o balanço “do atendimento à demanda máxima da carga elétrica de Manaus”. De acordo com o estudo, a capital do Amazonas precisará expandir em 805 MW o seu parque de geração até 2011 para atender a demanda por energia. Nesse cenário, os 1,7 mil MW de capacidade de transferência do trecho Tucuruí-Manaus serão plenamente utilizados assim que a linha estiver operando. Hoje, o consumo atual de energia na cidade, aproximadamente 622 MW médios, está próximo da capacidade nominal do parque gerador, da ordem de 1,26 mil MW.
Caso a linha seja licitada em 2007, há condições de o prazo ser antecipado para 2010, para César de Barros, diretor da Associação Brasileira das Grandes Empresas de Transmissão de Energia Elétrica (Abrate). “Hoje, leva-se em média dois anos para se construir uma linha de porte normal. Considero adequado o prazo de três anos para uma LT pioneira como essa”, prevê. O prazo estimado por Barros está em linha com a conclusão de estudos promovidos por um grupo de trabalho do MME, que recomenda a integração dos sistemas de Manaus e Amapá em até dezembro de 2009.
O pioneirismo citado pela Abrate diz respeito ao tamanho da LT e ao local onde será instalada. No trecho de Tucuruí a Manaus, a linha de 500 kV terá 1,47 mil quilômetros (km) de extensão. O comprimento da conexão de 230 kV entre Tucuruí e Macapá é de 340 km, cuja capacidade de transporte é de 300 MW. O governo estima que a linha demandará aportes de R$ 4,2 bilhões.
O “linhão” atravessará parte da floresta amazônica e um dos desafios do projeto é a travessia do rio Amazonas. Para atenuar os riscos do empreendedor, a Empresa de Pesquisa Energética (EPE) recomenda no plano decenal a licitação da interligação com a licença prévia ambiental, apesar de não ser um pré-requisito dos leilões de transmissão.
Projetos
A interligação de Manaus e Amapá ao SIN faz parte de uma linha de ação do governo federal para reduzir a CCC. Outro empreendimento que irá evitar a cobrança do encargo é a LT Jauru (MT)-Samuel (RO), que integrará ao SIN os sistemas isolados de Acre e Rondônia. Juntos, os dois estados representam 23% da CCC. A linha é um dos empreendimentos que faz parte do primeiro leilão de transmissão, cuja data de realização segue indefinida após a licitação ter sido cancelada por liminares em agosto. O investimento previsto para a linha é de R$ 440,7 milhões.
Outro viés no planejamento do MME é a substituição do diesel e do óleo combustível consumidos nas termoelétricas por gás natural. Isso se dará por meio de dois projetos: os gasodutos Coari (AM)-Manaus e Urucu (AM)-Porto Velho (RO). Apenas o projeto que levará 5 milhões de metros cúbicos por dia (m³/d) de gás à capital amazonense está em construção e tem previsão para iniciar operação em março de 2008. A oferta do energético permitirá a conversão de 1 mil MW do parque térmico para geração a gás, reduzindo em R$ 2 bilhões a CCC. O custo estimado do gasoduto de 670 km é de R$ 1 bilhão.
Em relação ao gasoduto Urucu-Porto Velho, não há uma previsão de início das obras. A oferta de 2,3 milhões de m³/d permitirá converter 360 MW do parque atual. Para viabilizar o projeto, a Petrobras alega que é necessária a garantia de que haverá comprador para o gás, processo que envolve a concessionária local de gás Rongás e a Eletronorte. A petroleira reservou US$ 499 milhões para o gasoduto no seu plano estratégico 2007-2011.
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