Pelotas/RS - As prateleiras vazias na despensa da Escola de Ensino Fundamen
tal Francisco Caruccio (Caic) ilustram o problema que desde a semana passada começou a se alastrar pela rede municipal de ensino. Um erro técnico na licitação das últimas compras justifica o atraso no repasse de estoque de alimentos. Difícil saber com precisão, no entanto, quantas instituições precisaram interromper a merenda dos alunos. Em nota divulgada pela Secretaria de Comunicação, a prefeitura afirma que a demora no abastecimento não comprometeu lanches e refeições. Não foi o que o Diário Popular pôde apurar ontem.
No Caic, desde a semana passada os 1,1 mil estudantes deixam o prédio, no Pestano, sem receber a merenda. Para muitos, o único alimento do turno em que estudam. "Somos até pressionados pelos pais, mas essa situação foge a nossa alçada", argumenta o diretor Adelino Penedo. Não há mais com o que improvisar o cardápio. Os legumes e o feijão que restavam já viraram sopão e os ovos foram cozidos e, em um dos dias, transformaram-se no único prato.
"Todo o milagre que era possível fazer, fizemos", garante a merendeira Vera Vieira. O que ainda sobrevive à espera, como três caixas de leite, está longe de ser o suficiente para contemplar a todos. O jeito é ficarem estocadas, até o serviço ser normalizado. Enquanto isso, os estudantes da tarde - que já enfrentam a falta de monitores para cuidar o recreio -, por exemplo, saem às 16h30min, 20 minutos antes do programado.
NA RAPHAEL BRUSQUE
Toda hora, um dos 594 alunos corre no refeitório para perguntar se terá merenda. Desde o dia 20, a resposta é a mesma: não. "Improvisamos o que deu, inclusive comprando alguma coisa com o dinheiro da escola", enfatiza a vice-diretora Laci Nair dos Santos. Na semana passada esgotou também essa estratégia e panelas e armários ficaram vazios. Lamentável, considerada a condição de carência de boa parte das famílias da Colônia de Pescadores, onde funciona a escola Raphael Brusque. Até as 15h30min de ontem nenhuma remessa de produtos havia chegado à Z-3.
NA LOUIS BRAILLE
A direção da escola de educação especial cogita até acionar o Ministério Público, para cobrar agilidade da prefeitura. Não fossem as doações da comunidade, a merenda dos 94 alunos estaria suspensa. E mesmo que a instituição tenha a honra de contar com a solidariedade de sócios e empresários, o estoque está no fim. No freezer, só porções de legumes e verduras. Itens como leite, farinha, arroz, massa, bolachas e óleo já terminaram.
A solução tem sido dar prioridade às crianças, explica o diretor Ingomar Venzke. O problema é que alguns alunos levantam por volta das 6h para deslocar-se de municípios vizinhos como Canguçu e São Lourenço do Sul. "É um absurdo que voltem para suas casas sem uma alimentação adequada", reclama o presidente da instituição José Fernando dos Santos. Pelo menos, na cozinha, se escasseiam os gêneros, não faltam idéias para fazer das sobras pratos como trouxinhas, pastelões e suflês. "Se não fosse criativa, todos nossos bichinhos estariam de bucho vazio", descontrai a merendeira Cleci Couto Pereira, 53 anos.
NO PELOTENSE
O fato de o Colégio ter permanecido de portas fechadas ontem - em adesão ao movimento dos professores estaduais, que lutam por melhores salários - gerou dúvida em pais de estudantes, que atribuíram à escassez de merenda a suspensão das atividades.
28/04/2005
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