O governador Cláudio Castro publicará nos próximos dias o edital de chamamento público para a licitação onerosa do Complexo do Maracanã - tecnicamente chamado de Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI).
Os estudos foram concluídos pelos seis técnicos nomeados por decreto publicado no dia 9 de março e agora resta a publicação das normas e condições para os interessados na exploração do estádio.
E aí começa a etapa que, provavelmente, dominará o noticiário nos próximos dias.
Simplesmente porque a diretoria do Flamengo alimenta, veladamente, a possibilidade de não ter mais o Fluminense como parceiro na gestão do complexo.
Ainda não é algo consumado, mas é uma possibilidade real.
Há desgaste na relação entre os atuais dirigentes dos dois clubes e o desenlace dependerá das exigências do edital e do estudo que será feito por uma comissão interna criada na Gávea para trabalhar na viabilização da proposta.
Saber das condições "sine qua non" do edital é fundamental.
No processo aberto pelo ex-governador Wilson Witsel em abril de 2019 para a assinatura do Termo de Permissão de Uso (TPU), após o rompimento com a Odebrecht, antiga concessionária do estádio, essa foi uma das queixas do então presidente do Vasco, Alexandre Campello.
A de que os dirigentes do Flamengo, pela proximidade com o governo, já sabiam das regras criadas para a exploração do complexo.
A outra era de que o edital para o TPU concedia pouco tempo para a viabilização de uma proposta.
As duas foram comprovadas mais tarde pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE), que notificou o governo sobre a necessidade de novo processo de licitação.
A proposta encaminhada pela parceria da dupla Fla-Flu, num modelo de Sociedade de Propósito Específico (SPE), bateu as propostas de outras duas empresas interessadas na gestão do complexo por ter sido a única a atender as condições previstas no edital.
O "Consórcio Maracanã" representa o interesse dos dois clubes, mas o TPU de seis meses (já renovado por três vezes) foi assinado pelos rubro-negros, com os tricolores de intervenientes, pelo fato de o clube à época não ter as certidões negativas.
E um acordo particular entre ambos estabelece igualdade de direitos e deveres.
Para apimentar a disputa, o Vasco surge de novo como interessado em participar da administração do estádio, em função do fechamento de São Januário para obras de modernização.
E o próprio presidente Jorge Salgado já comunicou isso oficialmente em visita ao governador Cláudio Castro, o que aumenta a tensão pela disputa...
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