Transpetro prorroga prazo de licitação


A Transpetro, subsidiária da Petrobras, anunciou a prorrogação da etapa de pré-qualificação para as empresas interessadas em participar da licitação do Programa de Modernização e Expansão da Frota da Transpetro. O prazo, que se encerrava ao final de janeiro, passou para o dia 28 de fevereiro. A medida beneficia os projetos de estaleiros gaúchos (Aker Promar e Rio Grande) que terão mais tempo para resolver questões como licenciamento ambiental e financiamento. Até o início desta semana, 53 empresas já haviam comprado o edital. O presidente da companhia, Sérgio Machado, esteve ontem em Porto Alegre e Rio Grande, onde encontrou-se com o governador do Estado, Germano Rigotto, e empresários.
As audiências ambientais para licenciamento do Estaleiro Rio Grande, na área do superporto, e do Estaleiro Aker Promar, no Distrito Industrial, foram marcadas pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental Henrique Luiz Roessler (Fepam) para os dias 24 e 25 de janeiro, respectivamente. No dia 18 de fevereiro, uma reunião do Conselho Diretor do Fundo da Marinha Mercante (FMM) deverá decidir se concederá ou não financiamento para o projeto do Aker Promar.
O Aker Promar trabalha com a projeção de que em 2006 o estaleiro gaúcho estará entregando dois navios de grande porte; em 2007, três navios; e a partir de 2008, de quatro a cinco por ano. Segundo o presidente do Estaleiro Aker Promar, Paulo Haddad, cada navio está avaliado entre US$ 60 milhões e US$ 70 milhões. A empresa prevê investir cerca de US$ 100 milhões no complexo gaúcho.
Já o Estaleiro Rio Grande prevê investir em uma primeira etapa R$ 30 milhões e somar R$ 100 milhões em investimentos em dois anos e meio. O faturamento anual é estimado em US$ 100 milhões a partir da consolidação do empreendimento. Para a implantação dessas estruturas, nos prazos projetados, é fundamental a licitação aberta pela Transpetro. “Há uma necessidade mundial de construção de quatro mil novos navios e, se o Estado e o Brasil tiverem estaleiros competitivos, poderão conquistar um pedaço desse mercado”, observa Rigotto, anunciando que o Rio Grande do Sul, com os estaleiros Aker Rio Grande e Rio Grande, está pronto para entrar nesta primeira concorrência.

Edital de pré-qualificação visa promover geração de emprego e renda

Jornal do Comércio - Como está o cronograma para modernização da frota da Transpetro?
Sérgio Machado - Lançamos agora o edital de pré-qualificação, que é um instrumento para avaliar a capacitação técnico-financeira das empresas interessadas em participar da futura licitação. O edital tem 26 itens objetivos de avaliação e os concorrentes serão pontuados de acordo com a capacitação demonstrada em cada item, obtendo uma nota final pela soma dos pontos. Portanto, o importante é a soma de pontos. Um concorrente pode até não pontuar em um determinado item, mas pontuar muito bem em outros, obtendo, na soma, uma pontuação elevada e habilitando-se a participar da licitação. O objetivo é selecionar empresas com que tenham solidez financeira, gerencial e técnica e que comprovem capacitação para construir no Brasil, em estaleiros modernos e de nível tecnológico, navios com qualidade e preços internacionais.
JC - Quantos navios serão adquiridos?
Machado - No total, vamos encomendar a construção de 42 petroleiros - navios dos tipos Suezmax, Aframax, Panamax, Produtos e GLPs (gaseiros). O empreendimento terá duas fases de encomendas. Na primeira, serão licitados 22 petroleiros, que vão modernizar a nossa frota e repor navios que serão alienados nos próximos seis anos. A previsão é de que a primeira nova embarcação esteja flutuando já em 2006. Na segunda fase, vamos dar início à expansão da frota, encomendando mais 20 petroleiros.
JC - Qual será o investimento total da Transpetro e quantos empregos deverão ser gerados?
Machado - No total, a Transpetro vai investir cerca de US$ 2 bilhões e serão gerados cerca de 20 mil empregos, só na fase de construção dos primeiros 22 navios. Mas é importante frisar que não queremos apenas encomendar navios. Queremos contribuir para o desenvolvimento do país, promovendo a geração de empregos e renda. Este é um projeto do governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva para apoiar a reativação da indústria naval em bases sólidas e sustentáveis. É importante gerar uma indústria capaz de atender não só as encomendas de agora, mas, principalmente, que esteja preparada para o futuro, que continue forte depois das encomendas da Transpetro. Não adianta contratar hoje e ter que demitir depois, por falta de continuidade.
JC - Qual o grau de nacionalização que consta no edital de construção?
Machado - Como o objetivo é alcançar um nível de até 65% de conteúdo nacional dos itens dos navios, será uma oportunidade para diversos setores que fazem parte da cadeia produtiva da indústria naval. Os navios demandarão volumes expressivos de diferentes insumos. Só os primeiros 22 navios vão gerar encomendas de cerca de 290 mil toneladas de chapas e perfis de aço, 125 mil toneladas de tubos, mais de seis milhões de litros de tinta e 2,2 mil quilômetros de cabos elétricos, entre inúmeros outros itens que podem ser fornecidos pela indústria brasileira.
JC - Quais as condições para os estaleiros participarem da iniciativa?
Machado - A principal condição é o interesse em investir em modernização, é trabalhar de olho no futuro. Queremos construir navios modernos, com qualidade, prazo e preços internacionais. Todos sabem que o segmento de construção de grandes navios está há seis anos completamente parado no Brasil e não acompanhou a evolução dos estaleiros estrangeiros. Uma das conseqüências é que os fabricantes brasileiros projetam prazos de construção que vão de 24 a 30 meses, enquanto os produtores asiáticos, por exemplo, levam de oito a dez meses. Por isso, os navios brasileiros são mais caros. Para recuperar o espaço perdido, é preciso investir em instalações, equipamentos e processos apropriados e que o Brasil ainda não tem. Esta é a oportunidade. O Brasil voltará a construir grandes navios e tem chances de disputar o mercado mundial, que, em outubro de 2004, somava encomendas de 3.505 embarcações, sendo 1.240 petroleiros.
JC - No Rio Grande do Sul dois estaleiros estão sendo construídos no município de Rio Grande, o Aker-Promar e o Estaleiro Rio Grande. Esses dois empreendimentos terão condições de serem qualificados?
Machado - Não posso falar especificamente sobre as condições de eventuais concorrentes. Esta é uma análise que caberá à Comissão de Licitação. Mas costumo dizer que os próprios estaleiros é que irão determinar as suas chances. Aqueles que investirem em modernização terão as maiores chances de vencer a licitação da Transpetro, construir os nossos navios, gerar empregos e recuperar a posição que o Brasil teve nos anos 70, quando o País era o segundo maior construtor de navios do mundo. O desafio da indústria naval brasileira é construir grandes navios, com qualidade, prazos e preços internacionais O desafio de todos nós é construir um futuro maior ainda para a indústria naval brasileira .


19/01/2005

Fonte: Jornal do Comércio

 

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