O futuro do Aeroporto Internacional do Galeão depende da revisão do modelo de licitação proposto pelo Governo Federal para o Aeroporto Santos Dumont. Essa foi a opinião unânime de políticos, técnicos e autoridades do Rio que participaram da sessão plenária realizada na manhã desta sexta-feira no Senado Federal. Comandada pelo senador Carlos Portinho, a reunião teve a presença de importantes atores da política fluminense. Há o entendimento de que o modelo apresentado pelo governo para a nova concessão, que prevê aumento de voos para o Santos Dumont, inclusive internacionais, causará o esvaziamento do Galeão, o que trará sérios prejuízos ao turismo e à economia do estado.
Logo no início da sessão, o prefeito Eduardo Paes afirmou que a venda do aeroporto tem como único objetivo “fazer caixa para o governo às custas de um elemento fundamental para a cidade e economia do Rio como o Galeão”. Mas o efeito pode ser justamente o inverso, como apontaram o senador Portinho e Delmo Pinho, ex-secretário de transportes do Rio de Janeiro e presidente do Conselho de Logística e Transporte da Associação Comercial do Rio de Janeiro.
Seis razões para mudar o modelo da licitação do Santos Dumont
Diretor-geral da Alerj,Wagner Victer citou seis razões pelas quais a licitação do Santos Dumont traria consequências negativas ao Galeão e a economia do Rio. Entre elas alertou que a competição entre dois aeroportos tão próximos traria prejuízos econômicos e ameaça aos empregos no Galeão. Outro ponto tocado por ele é o impacto ambiental, pois a licença atual do Santos Dumont não permite aumento no número de voos no terminal. Falou também da perda de competividade do Galeão como hub cargueiro, pois hoje 90 % das cargas são transportadas em aviões de passageiros. Menos voos. Menos cargas.
Em sua explanação, Pinho alertou para o prejuízo que o esvaziamento do Galeão pode causar a Infraero, empresa do Governo Federal que detém de 49% das ações da consórcio que administra o terminal internacional. “O governo brasileiro investiu ao longo de décadas US$ 10 bilhões no Galeão para mantê-lo como um hub internacional alternativo a Cumbica. Como é que agora apresentam uma licitação que vai dar um prejuízo maior para ele com o esvaziamento do Galeão do que lucro com a venda do Santos Dumont?”, questionou Pinho. Licitado em 2014, o Galeão foi arrematado por R$ 19 bilhões. A outorga do Santos Dumont está estimada em R$ 350 milhões, além de R$ 1 bi em investimentos em infraestrutura.
Portinho defendeu que voos internacionais no Santos Dumont só devem ser permitidos a partir do momento que os dois aeroportos, juntos, cheguem à marca de 30 milhões de passageiros transportados/ano. O recorde hoje é de pouco menos de 27 milhões. E pediu a retirada dos três aeroportos mineiros, Uberaba, Uberlândia e Montes Claros, da licitação. Ele acredita que colocá-los ao lado Santos Dumont e Jacarepaguá no mesmo pacote irá diminuir a atratividade do negócio e afastar investidores.
Lembrou também da questão da segurança no Santos Dumont. Por conta de sua localização e tamanho curto de pista, essa semana um avião da Azul foi obrigado a arremeter no pouso por conta das condições climáticas desfavoráveis. Por último, criticou o fato do terminal do Centro do Rio ser licitado em um pacote com três aeroportos menores de baixa rentabilidade do interior de Minas, enquanto o governo mineiro teve autorização para licitar o Aeroporto da Pampulha sozinho. No final de sua fala, Victer citou o Padre Antonio Vieira ao pedir bom senso e mudanças na proposta do edital. “Se quer agir, fale com atitudes. Se quer falar ao vento, fale somente com palavras”
Os representantes do Governo Federal presentes à sessão negaram que haja risco à operação do Galeão e garantiram que há demanda de passageiros e carga suficiente para a operação rentável dos dois aeroportos. No próximo dia 27 haverá uma audiência pública específica sobre a licitação no Senado.
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