Somente no ano de 2008, o governo federal leiloou mais de seis mil quilômetros de linhas de transmissão, quase uma centena de subestações e os investimentos para levar adiante estas obras vão chegar próximo aos R$ 10 bilhões. Juntas, a construção destas linhas devem gerar cerca de 60 mil empregos diretos e os investimentos já começam forte neste ano que se inicia. As grandes obras das linhas do Madeira, um dos grandes processos de licitação do ano, já começam a recrutar pessoal no segundo semestre. Marisa Cauduro / Valor
Na previsão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), com base em números de licitações realizadas ao longo dos últimos anos, devem entrar em operação em 2009 cerca de 6.500 quilômetros de linhas de transmissão. Um recorde no acompanhamento estatístico da Aneel feito desde 1998. E os números das licitações feitas durante o ano passado também vão ser contabilizados como recorde pela Aneel. "Nunca tivemos um ano com tantos leilões de transmissão", diz o assessor da superintendência de concessões, Adilson Sincotto Rufato.
A forte expansão do sistema de transmissão no país atraiu muitos grupos estrangeiros principalmente os espanhóis, que em geral têm aberto forte concorrência nos leilões federais arrematando lotes de norte a sul do país. E não são uma nem duas espanholas que têm dado seus lances. Abengoa, Isolux e Cimy, são apenas alguns exemplos. A própria Neoenergia, que tem entre seus principais acionistas a espanhola Iberdrola, participou fortemente de alguns leilões no ano passado. Os italianos também fizeram investimentos por meio da Terna Participações.
Já a colombiana ISA entrou agressivamente ao comprar a Companhia de Transmissão Paulista (Cteep), privatizada em 2006. Mesmo com o interesse crescente dos grupos privados, as estatais brasileiras continuaram atuando fortemente nos leilões de linhas de transmissão. Como a Cemig que fez uma série de aquisições e chegou a alterar seu orçamento de investimentos no ano passado em R$ 500 milhões para adquirir companhias de transmissão. As empresas ligadas ao sistema Eletrobrás participaram também ativamente mas geralmente em parceria com o setor privado.
A estabilidade do setor de transmissão, com regras que garantem receitas fixas no longo prazo, e a expansão dos investimentos pôde ser percebido em 2008 também pelos números da bolsa de valores. As ações da Cteep, única companhia exclusivamente de transmissão negociada na BM&F Bovespa, teve uma valorização de mais de 20% no ano passado, em meio a quedas bruscas dos preços dos papéis em função da crise financeira internacional. Um dos motivos das apostas dos investidores é também o fato de o BNDES ter reiteradamente afirmado seu compromisso com o setor e a liberação de bilhões em recursos para a construção das linhas de transmissão.
A Cteep conta com esse apoio já que se comprometeu a investir sozinha cerca R$ 1,5 bilhão para fazer frente às compras que fez. As principais aquisições ficaram por conta do linhão do Rio Madeira em que a companhia em parceria com Furnas e Chesf arrematou três lotes importantes, inclusive o da construção da linha em corrente contínua que vai ligar a cidade de Porto Velho, em Rondônia, diretamente à Araraquara. "Encomendamos estudos a universidades, mas estamos quase certos que esta será a maior linha de transmissão em corrente contínua a ser construída no mundo", diz o presidente da Cteep, Sidnei Martini. A linha tem extensão de 2.375 quilômetros.
A Eletronorte foi outra companhia que se destacou no leilão do Madeira. Sempre em parceria, como destaca o diretor de planejamento da empresa, Adhemar Palloci. "Já no segundo semestre estaremos com as obras em andamento", diz o diretor.
Outro marco do setor registrado no ano passado foi a linha que liga Tucuruí a Manaus e a Macapá. A linha tem cerca de 1.900 quilômetros e sua importância, segundo destaca Rufato na Aneel, é o fato de ligar sistemas isolados ao sistema integrado nacional. Com isso é possível reduzir a Conta de Consumo de Combustíveis que gera custo extra na tarifa dos consumidores de todo o Brasil.
O leilão da linha Tucuruí-Manaus-Macapá foi realizado em junho e na estimativa da Aneel é o que vai gerar mais empregos. Cerca de 29 mil trabalhadores terão que ser usados para desbravar a Floresta Amazônica e construir estas linhas. Ao todo foram leiloadas 19 linhas nesse primeiro leilão e vão exigir cerca de R$ 3 bilhões em investimentos. Foi também em 2008 que o governo leiloou lotes para ligar as usinas de cana de açúcar de Goiás e Mato Grosso do Sul ao sistema integrado nacional, em uma forma de incentivar a geração de energias alternativas. Para o primeiro semestre desse ano, a Aneel já tem planejado o leilão de cerca de 2.100 quilômetros em linhas.
02/01/2009
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