Acompanhado do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, o ministro dos Transportes, Renan Filho, anunciou nesta quarta-feira (24), em Brasília, que o edital de licitação para as obras do lote SPS-4 da Ferrovia Transnordestina será publicado até 30 de outubro. O trecho, com 73 quilômetros de extensão, ligará os municípios de Custódia a Arcoverde, no Sertão de Pernambuco, com investimento previsto de R$ 200 milhões. A previsão é que as obras comecem em janeiro de 2026.
O anúncio foi feito durante reunião com mais de 20 prefeitos pernambucanos, entre representantes do Sertão e do Consórcio de Municípios do Agreste e Mata Sul (Comagsul). A iniciativa faz parte do compromisso do Governo Federal com a retomada da Transnordestina, que teve trechos paralisados por quase uma década. Segundo dados do Ministério dos Transportes, 179 quilômetros da ferrovia em Pernambuco já foram executados, o que corresponde a aproximadamente 38% da extensão prevista no estado.
Após reunião, Renan Filho lembrou que retomar as obras em Pernambuco era um compromisso do governo do presidente Lula. “Vocês lembram que o presidente Lula não deixou tirar Pernambuco do desenvolvimento do Nordeste. E hoje estamos anunciando que esse pedaço de Custódia até Arcoverde, agora em outubro, nós vamos publicar o edital de licitação para reiniciar a obra após 10 anos”, garantiu Renan.
O projeto executivo do trecho a ser licitado já está concluído, o que deve permitir maior agilidade na contratação e no início das obras. A execução será conduzida pela estatal Infra S.A., que também ficará responsável pela supervisão do cronograma.
Portos secos e integração logística
Além do lançamento do edital, foi confirmada a realização de estudos para implantação de dois portos secos em Pernambuco, conduzidos pela Infra S.A. As estruturas deverão funcionar como polos logísticos intermodais: um no Sertão, na região de Salgueiro, e outro no Agreste, com possibilidade de instalação nos municípios de Agrestina ou Quipapá.
A proposta dos portos secos é facilitar o escoamento da produção do interior, reduzindo custos logísticos e promovendo integração entre modais ferroviário e rodoviário. As estruturas devem contar com áreas para armazenamento e manutenção de cargas, com potencial para fortalecer o papel de Pernambuco como hub logístico regional.
Além do lote SPS-4, o Governo Federal estuda a viabilidade de novos trechos em Pernambuco, incluindo a conexão com o Complexo de Suape. A extensão até o litoral é considerada estratégica para consolidar o terminal portuário como ponto final da ferrovia e ampliar os corredores de exportação no Nordeste.
O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, destacou que a retomada da Transnordestina representa uma “janela de oportunidades” para Pernambuco. Segundo ele, a obra contribuirá para a consolidação do Porto de Suape como centro logístico estratégico e ampliará a capacidade de conexão com o Norte e o Sul do país. “Esse é um projeto estruturante para o desenvolvimento do interior, que vai gerar emprego, atrair investimentos e melhorar a competitividade das empresas pernambucanas”, afirmou.
Evento discute papel da Transnordestina no desenvolvimento
Nesta quinta-feira (25), o município de Belo Jardim sedia o quarto evento da série Conexões Transnordestina, promovido pelo Movimento Econômico, que reúne autoridades públicas, lideranças do setor produtivo e especialistas em infraestrutura para debater os impactos econômicos e logísticos da ferrovia. O encontro destaca a importância da Transnordestina na ampliação da competitividade das cadeias produtivas do Agreste e Sertão, além da conexão estratégica com o Porto de Suape.
Com a retomada das obras, a expectativa é de que a ferrovia viabilize o escoamento de cargas agrícolas, minerais e industriais do interior pernambucano com maior eficiência. Em 2023, o Porto de Suape movimentou mais de 25 milhões de toneladas de cargas, com destaque para granéis líquidos, combustíveis e produtos metalúrgicos, de acordo com dados da Antaq.
A ferrovia deve beneficiar diretamente regiões como o Araripe — responsável por mais de 90% da produção nacional de gesso — e o Vale do São Francisco, que responde por mais de 70% das exportações brasileiras de uvas e mangas. No Agreste, o polo de confecções do entorno de Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e Caruaru concentra mais de 18 mil unidades produtivas, com forte demanda por infraestrutura de transporte para reduzir gargalos logísticos.
Os recursos para o lote SPS-4 serão financiados com verba orçamentária federal, com apoio do Novo PAC. A previsão do Ministério dos Transportes é de que os demais trechos da Transnordestina também entrem no radar de investimentos até 2026, conforme avanço dos estudos técnicos e liberações ambientais.
A Transnordestina é considerada estratégica para a logística de exportação do Nordeste. O projeto tem potencial de integrar-se à Ferrovia Norte-Sul, ampliando os corredores de transporte e beneficiando cadeias produtivas como a de gesso no Araripe, frutas no Vale do São Francisco e mineração no Sertão Central.
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