Lula assina contratos de usinas no valor de R$ 3,25 bilhões

Brasília - Ministro diz que sobre o túmulo do desabastecimento estará escrito "aqui jaz o apagão". Em tom de campanha eleitoral, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou ontem da cerimônia de assinatura dos contratos de concessão de sete usinas hidrelétricas leiloadas em dezembro do ano passado. Fez críticas indiretas à oposição, que durante o governo anterior não evitou o racionamento de energia elétrica. E anunciou que formará um grupo de trabalho para tentar resolver o impasse que impede a licitação das usinas hidrelétricas do Rio Madeira e de Belo Monte.
O presidente Lula comemorou o fato de, até 2010, o fornecimento de energia elétrica estar garantido no País. E alertou que um novo risco de racionamento afastaria os investidores do Brasil. "Nós não queremos voltar ao tempo do apagão. A energia é a base da industrialização de um país. Se nós não tivermos energia a oferecer, teremos poucas chances de trazer investidores para cá".
O ministro de Minas e Energia, Silas Rondeau, também aproveitou a oportunidade para dizer que o novo marco regulatório criado pelo governo Lula resgatou a segurança do setor elétrico. "Sobre o túmulo putrefacto do morto que é o desabastecimento sistemático de energia elétrica, nós estamos hoje cavando uma lápide onde deixamos escrito: Aqui jaz o apagão", afirmou Rondeau.
Durante a cerimônia, foram assinados os contratos de concessão de sete usinas hidrelétricas, as primeiras outorgadas sob as novas leis do setor. Os empreendimentos somarão 804,6 MW de energia nova ao parque gerador brasileiro e demandarão investimentos de R$ 3,25 bilhões.
O presidente Lula informou que reunirá nos próximos dias representantes do Ministério Público, dos ministérios do Meio Ambiente e de Minas e Energia, da Justiça e de organizações não-governamentais para que coordenem ações a fim de resolver as pendências das usinas de Jirau e Santo Antonio, no Madeira, e a de Belo Monte.

16/08/2006

Fonte: Gazeta Mercantil