Licitação para terceira geração divide empresas


A intenção da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) de licitar ainda este ano as licenças para instalação da terceira geração da telefonia celular (3G) está, cada vez mais, levando a divisões no setor. Em uma conversa entre o atual presidente da Telebrasil, Ronaldo Iabrudi, e o ex-presidente, Luiz Garcia, ficou claro que os dois divergem em torno do momento de licitar as freqüências.
Para Iabrudi, que comanda o grupo Telemar dono da Oi, operadora celular, ainda é cedo para as empresas realizarem os pesados investimentos necessários numa nova infra-estrutura.
Já para Garcia, à frente do grupo Algar, controlador da CTBC, que atua no Triângulo Mineiro, o país não pode "castrar" o movimento da tecnologia. "Não se pode engessar a tecnologia", disse. Iabrudi indagou: "O 3G vai beneficiar o quê e a quem?", sem citar nomes, mas referindo-se à Vivo, apontada pelo grupo Telemar como a maior interessada na licença.
Em entrevista ao Valor em 11 de junho, o presidente da Oi, Luiz Eduardo Falco, disse que novas licenças permitiram à operadora, controlada pela Telefônica e Portugal Telecom, ampliar a presença no país e usar esse mecanismo para ajudar a reverter as perdas de participação de mercado registradas nos últimos meses, como disse.
A necessidade ou não de o país partir para a terceira geração e a entrevista de Falco ao Valor tornaram-se pomo de discórdia no evento promovido pela Telebrasil , no fim de semana, na Costa do Sauípe, na Bahia. O tema do encontro foi a discussão de um novo modelo de telecomunicações.
No debate em torno da 3G, de um lado, estavam operadoras de telefonia. Antonio Santos, da Telemig, apoiou a reação de Iabrudi. Para ele, a questão básica é o volume de investimentos necessário. Disse que é preciso avaliar se as operadoras hoje estão com disponibilidade de investir numa nova rede sem comprometer a saúde das companhias. O cenário atual é de baixa receita por assinante e as margens de Ebitda (lucro antes dos juros, IR, depreciação e amortização) das celulares brasileiras estão entre as menores do mundo.
Já para o presidente da Qualcomm, Marco Aurélio Rodrigues, a Anatel tem "obrigação" de abrir a possibilidade disponibilizando as licenças: "O investidor é que avalia o interesse. Ninguém é obrigado a entrar. Quem quiser investir, investe. A Anatel apenas abre a oportunidade do negócio", defendeu. A Qualcomm tem patentes na tecnologia de 3G, que já está sendo utilizada na Europa, e em CDMA, que é a opção da Vivo, diferente das demais operadoras celulares brasileiras que migraram ou já iniciaram as atividades com GSM.
O diretor da Siemens, Mario Baumgarten, por sua vez, defendeu que seja utilizada "racionalidade" na decisão. Para ele, o importante é balançar os investimentos necessários diante do perfil do mercado brasileiro, predominantemente de clientes de baixa renda. A partir daí, avaliar se é o caso de partir para pesados investimentos num cenário em que a maioria é adepta ao sistema pré-pago.
A posição da Anatel é de que a agência está avaliando a oportunidade de lançar ainda este ano a licitação. Há expectativa dentro de órgão regulador de que a licitação poderá atrair um novo investidor estrangeiro. A Anatel não confirma, mas as especulações são de que a Vodafone está estudando o mercado brasileiro.


29/06/2005

Fonte: Valor On Line

 

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