SÃO PAULO - A licitação da folha de pagamento do INSS, prevista para acontecer ainda este ano, promete acirrar uma disputa já tradicional no setor financeiro. De um lado, os bancos estatais, que procuram manter o domínio no serviço. De outro, os privados, dispostos a morder mais um pedaço da fatia dos líderes do varejo brasileiro.
Conforme o modelo inicial da concorrência, antecipado na quinta-feira por uma fonte à Reuters, o serviço seria entregue à Caixa Econômica Federal (CEF) e ao Banco do Brasil (BB), caso não haja interesse dos privados e a licitação seja declarada deserta.
De acordo com um fonte que acompanha essa área dentro de um banco estatal, isso condiz com a política adotada por essas instituições, que não participam de licitações. No entendimento dos bancos estatais, o serviço de administração de folhas de pagamento da esfera pública é sua atribuição e não pode ser negociado com bancos privados.
Mas os concorrentes, que têm participado de licitações de folhas de estados e municípios, têm interesse no cadastro dos 24 milhões de pensionistas do INSS.
"É interessante entrar numa licitação sim, até porque são clientes fiéis, em que pese a folha salarial ser baixa, mas não deixa de ser uma fonte de renda interessante da economia", avalia o economista João Augusto Salles, especialista no setor financeiro da consultoria Lopes Filho & Associados.
Ele não sabe dizer qual a quantidade de produtos e serviços que um banco consegue vender por cliente, no caso dos pensionistas do INSS, mas o crédito consignado é um exemplo do potencial dessa carteira.
"Segundo o Banco Central, em junho, o consignado público era de 35,376 bilhões de reais e o privado de 5,088 bilhões de reais. No total, isso já é metade de todo o crédito pessoal", ressaltou o economista.
Hoje, BB e CEF são responsáveis pela administração de aproximadamente metade dos benefícios pagos pela Previdência.
"Quem tem a perder são os bancos oficiais", disse Salles.
Mas os bancos estatais jogam com os riscos envolvidos na negociação dessas contas. Projetos de lei em tramitação no Congresso acenam com a possibilidade de instaurar a livre escolha para o banco de recebimento de salários e benefícios. Além disso, há um risco político.
"Pode vir uma medida populista e causar prejuízo aos bancos, como reescalonar a dívida dos aposentados", menciona o economista, que ainda assim vê apetite dos privados pela carteira do INSS, que seria uma forma rápida e segura para atrair clientes.
"As financeiras agarram a pessoa pelo braço na rua e trazem para dentro da loja, porque os bancos têm uma meta muito agressiva de aumento de escala. (...) Levam a inadimplência junto, mas quando as taxas de juros estiverem a 12 por cento, eles terão os clientes em mãos".
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