Jornal revela suspeitas em licitação no Itamaraty


Reportagem divulgada na edição desta quinta do Jornal da Globo revela suspeitas sobre a licitação do Ministério das Relações Exteriores para a contratação de uma obra no Palácio do Itamaraty, em Brasília.
De acordo com o telejornal, a exigência que garantiria a vitória de uma empresa na concorrência pública seria a capacidade comprovada no uso de um revestimento chamado manta poliisobutileno isopreno de 1,2 milímetros. Quarenta e duas empresas que retiraram o edital desistiram de concorrer. Das seis que apresentaram proposta, duas foram eliminadas por causa desta exigência.
A vencedora foi a empresa Isoterm, com um preço de R$ 2,6 milhões, 18% acima do estabelecido pelo edital. Imagens gravadas do alto de um prédio vizinho, no entanto, mostram que foi usado outro tipo de revestimento, de aplicação mais simples e bem mais barato. Mesmo assim o valor da obra foi mantido.
Houve falha nesse edital, houve falha no direcionamento dessa licitação, quando se restringe o caráter competitivo e houve falha na execução, porque se pagou por um produto caro e se usou um barato, afirmou o procurador-geral do TCU, Lucas Furtado.
O MRE respondeu que não houve prejuízo para os cofres públicos. A mudança do material foi amparada pela Lei de Licitações, porque havia pressa em concluir a obra em função do período de chuva. O dono da Isoterm, José Edurado Veloso Souza, nega que tenha havido direcionamento na licitação.
Antes de ser divulgado o resultado oficial, os repórteres publicaram um anúncio cifrado em um jornal de Brasília. O texto dizia: ¿Iso, Ter mas não poder. Na disputa sou mais você. Te apoiamos, ontem e até a decisão final. Itamara¿. As três primeiras palavras formam Isoterm. Assina ao recado Itamara, de Itamaraty.


10/12/2004

Fonte: Terra

 

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