Investimentos em estaleiros chegam a US$ 1 bi


Rio - Até setembro foram liberados US$ 800 milhões. Em 2004, os créditos foram de US$ 500 milhões. Os investimentos da indústria naval dobrarão neste ano, no que depender da evolução dos financiamentos do Fundo da Marinha Mercante. Somente de janeiro a setembro, a instituição aprovou US$ 800 milhões em crédito, volume que deve ultrapassar US$ 1 bilhão até o final do ano, de acordo com o secretário de Fomento para Ações de Transportes do Ministério dos Transportes, Sérgio Bacci. Em todo o ano de 2004, a Marinha Mercante deu sinal verde para projetos de US$ 500 milhões. Em 2003, foram aprovados US$ 400 milhões. "Os estaleiros passaram a ter uma nova forma de ver a indústria naval. Se modernizam para ter encomendas, para competir fora do Brasil", afirma Bacci. Do total aprovado, cerca de US$ 400 milhões, a metade, será destinada à construção e modernização de estaleiros.
Dois grupos solicitaram crédito da Marinha Mercante neste ano para construir novas instalações- Aker Promar e a Camargo Corrêa em parceria com Queiroz Galvão. Já a Renave procura modernizar sua estrutura produtiva em Niterói.
O valor dobrado em empréstimo não inclui a primeira etapa da licitação de 42 navios da Transpetro. O edital da encomenda de 26 navios, lançado ontem prevê obras da ordem de US$ 1,28 bilhão. "Tomara que possamos financiar tudo", disse Bacci ao prever que o financiamento para a licitação será solicitado no início de 2006. Dinheiro é o que não falta: são R$ 2,5 bilhões à espera de projetos e mais R$ 1 bilhão de arrecadação deste ano. Sem falar dos recursos de 2006.
O governo definiu uma parte da engenharia financeira para a licitação de navios da Transpetro. O Tesouro garantirá mais da metade do pagamento do seguro-garantia que será feito pelos estaleiros vencedores junto a bancos privados. O custo do seguro vai variar de 0,65% a 1,80% do valor segurado, dependendo do credor.
O subsídio do governo vai alcançar de 0,45% a 1,20% do valor segurado, na mesma proporção do pagamento. O seguro deverá ser equivalente a 30% do valor financiado, conforme já havia sido definido.O secretário de Energia, Indústria Naval e Petróleo do Rio de Janeiro, Wagner Victer, critica o modelo de financiamento para a licitação da Transpetro. Para ele, o financiamento deveria ser concedido diretamente ao armador e não aos estaleiros. Os armadores tomariam os empréstimos e assumiriam os riscos, o que eliminaria o problema das garantias dos estaleiros. Em geral, o patrimônio dos estaleiros é inferior ao valor das encomendas, o que dificulta a liberação de recursos pelo BNDES. O custo de financiamento do FMM varia de 2,5% a 5% ao ano e será o grande aliado da licitação de 42 navios da Petrobras.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que participou ontem da solenidade do lançamento do edital da licitação, afirmou que apesar das dificultades em obter os recursos da Marinha Mercante, "a razão venceu a mentira e a indústria naval brasileira está de pé outra vez".
A declaração resume a história da indústria naval, que depois de anos aureos na década de 70, declinou na segunda metade dos anos 80. Com a decadência do setor, o Brasil passou a pagar US$ 10 bilhões por ano com o aluguel de navios estrangeiros.
O grupo vencedor da licitação dos navios de maior porte para a Transpetro não poderá ganhar nenhum outro contrato de construção das outras embarcações. O presidente da Transpetro, Sérgio Machado, revelou que somente os navios Suezmax respondem por cerca de 35% de toda a licitação, avaliada pelo mercado em US$ 1,28 bilhão.
Entre os sete que vão participar de toda a licitação, quatro grupos estão no páreo para construir os maiores - Suezmax (10 unidades) e Aframax (cinco). O estado do Rio é o mais cotado para levar a disputa, considerando que dois concorrentes são fluminenses: o Brasfels, de Angra dos Reis, e o consórcio Rio Naval (Sermetal, Iesa e MPE Montagens). Ainda sem estaleiro, o consórcio da Aker, Promar e Queiroz Galvão - construirá um no Rio Grande do Sul (como o nome indica). E as construtoras Camargo Corrêa e Andrade Gutierrez, se vencerem, deverão erguer um estaleiro em Pernambuco.
Victer questiona também a participação dos estaleiros chamados virtuais, que não têm instalações ainda. "Não existe nada parecido no País e no mundo. Eles optaram por desclassificar estaleiros experientes para classificar empresas que nunca fizeram um navio", criticou.
A Transpetro vai licitar 26 navios divididos em cinco lotes, um para cada vencedor. Quem vencer os lotes para a construção de outros navios com exceção do Suezmax poderá ganhar duas vezes no máximo.
Os três lotes restantes licitam quatro embarcações do tipo Panamax, quatro cargueiros para derivados de petróleo e três navios gaseiros. Mauá Jurong, de Niterói; Eisa, do Rio de Janeiro, e o grupo Arbi do Rio Grande do Sul, disputam com os outros quatro grupos contratos para a construção de navios de menor porte.


11/10/2005

Fonte: Gazeta Mercantil

 

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