Indícios de superfaturamento em contratos


Em depoimento na sub-relatoria de contratos da CPI Mista dos Correios, o ex-diretor de Operações da estatal, Maurício Madureira, admitiu que havia "indícios" de que os preços cobrados pelas empresas responsáveis pela rede postal noturna eram "muito altos". Ele disse que, já em abril de 2003, criou um grupo de trabalho para fazer uma avaliação preliminar dos preços. Dois meses depois, o então presidente dos Correios, Airton Dipp, teria formado outro grupo para fazer uma revisão geral dos contratos com a assessoria do brigadeiro Venâncio Grossi.
"A relação dos Correios com o brigadeiro é altamente suspeita, pois Grossi é tido como um lobista com interesses nas concorrências da empresa", protestou o deputado Silvio Torres (PSDB-SP).
Maurício Madureira garantiu que não participou da revisão do contrato da empresa Skymaster, que fazia transporte aéreo de cargas para os Correios e é acusada de ter sido beneficiada na licitação do serviço, apesar de ter apresentado preços superfaturados. "Todo o processo foi conduzido pela presidência dos Correios", afirmou o ex-diretor.
Torres perguntou a Madureira sobre aditivos de contratos assinados por ele pouco antes de sua demissão, que ocorreu em junho. Segundo o parlamentar, as empresas Visa Transportes e Rodoviário União foram beneficiadas com aditivo de R$ 10 milhões, e a TAS Linhas Aéreas, com aumento de contrato no valor de R$ 338 mil. O ex-diretor respondeu que sua assinatura nos aditivos foi "mera formalidade", pois a decisão já havia sido tomada pela diretoria colegiada dos Correios. "Esse é um procedimento normal, os papéis chegaram à minha mesa e minha função era assiná-los", disse.
O ex-diretor de Operações da estatal afirmou que não é filiado a nenhum partido político e que em toda sua vida só teve um contato com o ex-secretário-geral do PT, Silvio Pereira. Apesar de estar sendo apontado como indicado por ele para a diretoria da estatal, Madureira disse que só encontrou Silvio Pereira uma vez, em um evento social. Ele também negou que tenha conhecido o ex-deputado (cassado) Roberto Jefferson. Sobre os contatos com o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios, Maurício Marinho, Madureira disse que não tinha relação funcional com ele em Brasília. Afirmou que seu contato era o então diretor de Administração dos Correios, Antônio Ozório, ao qual Marinho estava subordinado. Ele admitiu, porém, que chegou a trabalhar com ele na mesma época no Pará, em 1991.
Em resposta ao sub-relator, deputado José Eduardo Cardozo (PT-SP), que pediu para ele falar sobre sua progressão nos Correios até a saída, Madureira disse que entrou na empresa por concurso público em 1980, como administrador postal. Trabalhou em Brasília inicialmente e, no mesmo ano, foi transferido para o Pará, ocupando o mesmo cargo. Madureira contou que teve várias promoções, até chegar à direção de Operações dos Correios, em fevereiro de 2003. Ele lembrou que pediu ao deputado Pompeo de Mattos (PDT-RS) que apresentasse seu currículo para o então ministro das Comunicações, Miro Teixeira.


23/09/2005

Fonte: Gazeta Mercantil

 

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