Grupo SulAmérica vence concorrência da Transpetro


São Paulo - Estatal pagará US$ 3,8 milhões para proteger 52 navios. A SulAmérica Seguros, associada ao grupo holandês ING, venceu a licitação da Transpetro, subsidiária da Petrobras, para contratação de seguro para proteger a frota da empresa. Para segurar 52 navios, a Transpetro vai desembolsar US$ 3,8 milhões, para ter cobertura de US$ 948,3 milhões contra danos causados aos navios e também quebra de máquinas e motores. O contrato conta com franquia de US$ 250 mil. O prêmio pago pela estatal no ano passado foi de US$ 1,9 milhão para segurar 22 navios. "Os mais antigos não tinham seguro", informou Ivan Passos, vice-presidente da área de grandes riscos da SulAmérica.
Em razão do Brasil ainda ter monopólio na operação de resseguros, todas as seguradoras participantes receberam quatro cotações de preço do IRB Brasil Re, órgão que controla as operações de resseguros no País. A diferença entre os preços cotados numa concorrência depende do risco que a seguradora assume e dos custos administrativos. Houve grande empenho por parte do IRB em oferecer um preço competitivo, e muita expectativa com a licitação, pois a Transpetro poderia contratar o seguro no exterior, caso o preço apresentado no Brasil não estivesse competitivo. A Itaú Seguros, num pool com a Bradesco Seguros, também participou da concorrência cotando um preço aproximado de US$ 400 mil superior ao apresentado pela SulAmérica.
Quanto mais novos os navios, mais caro o seguro em razão do valor do bem. As embarcações fabricadas de 2000 para cá contam com importância segurada de US$ 450 milhões e prêmio de US$ 1,390 milhão. Esses navios contam com bandeira estrangeira. "Em razão disso, a Transpetro poderia contratar o seguro no exterior, mas preferiu fazê-lo no Brasil, pois além do preço ser competitivo, foi uma maneira de prestigiar o segurador nacional, e em especial a SulAmérica, que tem se mostrado muito eficiente e um bom parceiro comercial", disse Passos.
Os navios de bandeira nacional, 20 embarcações, fabricados na década de 90, contam com importância segurada de US$ 347 milhões. E a terceira leva, de 26 navios de bandeira nacional, um pouco mais antigos, que estavam fora do mercado segurador, voltaram a ser segurados, com cobertura de US$ 151 milhões.
O seguro dos navios da Transpetro está com a SulAmérica há oito anos, exceto por um ano, de 2002/2003, período em que a estatal conseguiu autorização para contratar o seguro no exterior em função dos preços no Brasil estarem muito acima dos cotados por seguradoras no exterior. A SulAmérica é a segunda maior seguradora do País, com prêmios de R$ 4 bilhões de janeiro a agosto deste ano. Na carteira de cascos, a seguradora registrou prêmios de R$ 37 milhões, 10% de market share do segmento até agosto.

Performance bond
Dos 115 navios usados pela Petrobras, 60 são alugados e 22 serão aposentados nos próximos seis anos. Para substituir os alugados e repor a frota, a Transpetro vai encomendar navios novos, o que gerará mais receita para o mercado de seguros. A estatal deverá lançar o edital de pré-qualificação para encomendar 22 navios petroleiros no país na primeira quinzena de novembro, onde os fabricantes terão de apresentar garantias financeiras para participar da licitação. Executivos de seguradoras e do IRB, juntamente com o BNDES, que financiará os armadores, estão tentando criar um clausulado específico de seguro garantia, na modalidade performance bond, para a indústria naval. Nesse caso, a cobertura do seguro é para livrar o agente financiador do risco de o navio não ser construído nos prazos e nos custos previstos. Geralmente, as seguradoras oferecem cobertura para até 30% do valor do financiamento.


03/11/2004

Fonte: Gazeta Mercantil

 

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