Exploração atrai 100 empresas pequenas e médias do Nordeste

Cerca de 100 empresas de pequeno e médio portes, dos estados da Bahia e de Sergipe, devem participar da sétima rodada de licitações a ser realizada pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) em outubro deste ano. A previsão é do diretor-geral da ANP, Haroldo Lima, que apresentou ao empresariado desses dois estados as áreas que serão oferecidas na rodada. O encontro aconteceu em Salvador, na Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb).
A participação de empresas de menor porte num setor dominado por companhias gigantes como a Petrobras e a Shell , será possível, segundo Lima, porque a revitalização de campos maduros não exige grandes investimentos.
O diretor da ANP revelou que com R$ 500 mil, um campo marginal pode ser reativado, ao contrário dos cerca de R$ 10 milhões que são exigidos nos blocos exploratórios.
Para as empresas que apostarem nesses campos, Lima disse que o retorno do investimento chega num prazo máximo de quatro anos.
Dos 1.134 blocos exploratórios que serão licitados na Sétima Rodada, em outubro deste ano, 154 estão localizados na Bahia, dos quais 137 estão em terra e 17 no mar. Também no estado estão 11 das 17 áreas onde estão agrupados os 20 campos marginais a serem licitados. As seis outras áreas ficam em Sergipe. Os campos maduros já foram explorados antes e têm em média uma produção de 20 barris/dia de óleo.
Para incentivar a participação das empresas de menor porte, a ANP anunciou uma parceria com o Banco do Nordeste (BN) para que sejam disponibilizados financiamentos com taxas atraentes para os vencedores da sétima rodada. No entanto, a linha de crédito só estará disponível para as empresas localizadas na área de atuação do Banco do Nordeste: os nove estados nordestinos mais os nortes dos estados do Espírito Santo e Minas Gerais. O assessor da superintendência do Banco do Nordeste, Gilson Alves, revelou que esta parceria deve ser formalizada nos próximos dias, com a assinatura de um protocolo entre o banco e a agência.
A linha para as empresas do setor terá recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE). As taxas variam de 8,75% a 14% ao ano e o prazo de pagamento pode chegar a 12 anos, com quatro anos de carência. “É a melhor linha do mercado”, garante Alves, acrescentando que o orçamento do FNE para este ano é de R$ 3 bilhões. “Não teremos problemas de recursos para atender à demanda das empresas que participarem da rodada”, destaca Alves. Como a exploração das bacias maduras não se trata de capital de risco, os interessados podem contratar financiamento do BN sem limites para empréstimos, pois será avaliada a capacidade de pagamento do projeto. O banco garante que todas as empresas interessadas serão apoiadas, independente do porte.
A expectativa do governo baiano também é grande com a sétima rodada, afinal é esperado um incremento na arrecadação de royalties — em 2004 o estado recebeu R$ 129,6 milhões. O secretário estadual da Ciência, Tecnologia e Inovação, Rafael Lucchesi, não sabe estimar quanto seria esse incremento, mas acredita que serão gerados 10 mil empregos nessa primeira fase. “A cadeia apresenta bom potencial de desenvolvimento econômico e de geração de empregos”, comentou.
Para o presidente da Fieb, Jorge Lins Freire, a opção da ANP pela Bahia nessa rodada é também conseqüência da grande resposta dada pelo empresariado baiano no sexto processo licitatório, no ano passado. “A entrada de novas pequenas e médias empresas na exploração de petróleo e gás potencializa o setor na Bahia, atraindo ainda uma série de negócios, na área de serviços e logística, por exemplo”, afirma.
Parceria com o Banco do Nordeste disponibilizará financiamentos a taxas atraentes.

02/05/2005

Fonte: DCI - Comércio Indústria e Serviços