Experiência facilita conquista de licitações


Não é de hoje que as construtoras brasileiras buscam no mercado externo a expansão de seus negócios, um filão que tem crescido nos últimos anos, sobretudo com a aproximação entre os países da América do Sul. Uma das primeiras a se aventurar no exterior foi a Camargo Corrêa, em 1978, com a construção de uma pequena hidrelétrica na Venezuela. Algumas décadas depois, a empresa enumera uma série de obras espalhadas por países da América Latina e África, além da compra, em meados do ano passado, da fábrica de cimento argentina Loma Negra e suas subsidiárias. Foi uma transação de US$ 1 bilhão e que elevou sua produção para 6 milhões de toneladas de cimento ao ano.
"O negócio representou também nossa presença imediata em outros países da América do Sul.", disse o diretor de projetos internacionais da empresa, Carlos Fernando Namur. Por conta dessa aposta, a companhia acaba de vencer duas licitações no valor de US$ 450 milhões para a construção da Usina Hidrelétrica Porce III, a 147 km de Medelim, na Colômbia. A obra começa neste mês e deve ficar pronta em cinco anos.
De acordo com Namur, a médio prazo, a empresa quer atingir os mercados europeu e asiático. O faturamento do Grupo Camargo Corrêa em 2005 foi de R$ 8 bilhões. Desse total, as operações de infra-estrutura contribuíram com R$ 1,350 bilhão, dos quais 7% vieram de obras internacionais. A construtora pretende elevar esse índice para 15% este ano, e para 25% até 2010.
Atualmente, a empresa também constrói parte do Corredor Viário Interoceânico Sul - em parceria com Andrade Gutierrez e Queiroz Galvão. A obra de 1,2 mil km de extensão ligará Assis, no Acre, aos portos de Ilo, Matarani e San Juan de Marcona, no sul do Peru. A estrada toda está orçada em US$ 810 milhões e as construtoras do Brasil deverão responsabilizar-se por um trecho de quase 306 quilômetros, o que consumirá US$ 215 milhões.
A Construtora Norberto Odebrecht também foi uma das primeiras a ganhar licitações fora do Brasil, em 1979, com o início da construção da hidrelétrica Charcani V, no Peru, seguida do sistema hidrelétrico de Colbún-Machicura, no Chile. Na década de 1980, a empresa expandiu suas ações para África, Europa e outros países da América do Sul. Tal desempenho permitiu que a empresa, no encerramento de 2005, tivesse 75% de sua receita bruta vinculada aos serviços fora do país, o que deverá se repetir neste ano.
Segundo seu diretor de relações institucionais, Roberto Dias, as obras lá fora têm estimulado a exportação de produtos e serviços de mais de 1,4 mil empresas nacionais. Em 2005, a Odebrecht mantinha cerca de 27 mil postos de trabalho diretos, mais de 9 mil deles no exterior, e no ano passado sua receita bruta alcançou os R$ 6,4 bilhões. A construtora opera em 18 países nos vários continentes.
Outra empresa que cresce no exterior é a Figueiredo Ferraz Consultoria e Engenharia de Projeto. Segundo seu presidente, João Antonio del Nero, a entrada no cenário internacional, antes de ser uma estratégia natural de crescimento, foi uma medida desesperada para sobreviver. "São Paulo, a partir de 1992, ficou 14 anos sem a construção de um único trecho de metrô, uma grande retração do mercado, e tivemos de buscar alternativa."
A empresa uniu-se ao Metrô de Lisboa, onde já atua há 13 anos, seguido do da Cidade do Porto, onde trabalha há seis anos. Atualmente, ao lado da Odebrecht, a Figueiredo Ferraz projeta as linhas 3 e 4 do metrô de Caracas, com inaugurações previstas para 2006 e 2008, respectivamente. Além disso, constrói a segunda ponte sobre o rio Orinoco, na Venezuela, de 3.156 km.
No ano passado, a Figueiredo Ferraz faturou US$ 12 milhões, 40% provenientes das obras no exterior. Para este ano, a empresa espera elevar sua receita para US$ 15 milhões, com crescimento dos projetos internacionais em 10%.
Na Andrade Gutierrez, as operações fora do país ganharam peso a partir de 1988. Segundo o diretor de coordenação da América Latina, Ricardo Castanheira, cabem à empresa - que é uma holding - as operações no Brasil e América Latina e à Zagope, empresa portuguesa incorporada em 1988, as obras na Europa, África, Ásia e EUA.
A Zagope hoje executa novos trechos no metrô de Lisboa e a Andrade Gutierrez deverá construir um aeroporto em Quito, no Equador, além de participar das estradas Interoceânicas Sul e Norte, na América do Sul. "Nosso maior trunfo no exterior é a grande capacidade de adaptação do brasileiro. Isso abre mercados."
Na Queiroz Galvão 30% das operações vêm das obras em outros países. Seu faturamento em 2005 foi de R$ 1,5 bilhão, cerca de R$ 200 milhões provenientes de construções estrangeiras. Segundo o diretor da área internacional, Malthus Soares, a companhia espera fechar o ano com receita de R$ 2 bilhões.


26/05/2006

Fonte: Valor On Line

 

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