Enquanto patinetes elétricos operam com licença provisória, prefeitura prepara licitação

Cerca de dois mil usuários utilizam os recém-implementados patinetes elétricos todos os dias em Florianópolis. Atualmente duas empresas fornecem os equipamentos e o serviço ainda não recebeu uma regulamentação no município. No entanto, ambas as empresas que atuam na Capital conseguiram uma licença provisória. “A gente regularizou a empresa, deixando claro que não escolhemos uma empresa a dedo”, disse Edmilson Pereira, secretário de Cultura, Esporte e Juventude da Capital. “Acreditamos que, com outras empresas vindo, a livre concorrência vai ajudar no melhor preço”, completou.

A partir de março, a prefeitura vai abrir o processo licitatório para modais de mobilidade urbana. A intenção é abrir espaço para que mais empresas possam atuar em Florianópolis. “Todo mundo que tiver interesse em investir nessa área vai ter que seguir uma quantidade mínima de equipamentos e a gente vai buscar regularizar, para que todas as empresas tenham uma quantidade mínima”, afirmou Edmilson. “Acreditamos que há espaço para atender Florianópolis e os bairros com uma quantidade bem maior do que tem hoje”, garantiu.

Natural do Rio de Janeiro, o empresário Alessandro Rohnelt está em Santa Catarina a trabalho e optou por se locomover pela Capital utilizando patinetes. “Eu estou aproveitando para fazer o trajeto até o meu destino e para ver as belezas da cidade, sem poluir o meio ambiente”, contou.

Apesar de terem se popularizado facilmente, os patinetes exigem requisitos de segurança. O que mais se vê nas ruas, no entanto, são pessoas sem equipamentos apropriados. “Até pouco tempo atrás eu não tinha o capacete, mas é importante”, afirmou o auxiliar de serviços gerais Carlos Alberto Pereira, que não sai de casa sem levar o acessório.

Há cerca de um mês em Florianópolis, patinetes elétricos podem oferecer risco no trânsito

Em meio aos percursos, os acidentes são frequentes. Em um vídeo gravado por uma câmera de segurança e exibido pela RICTV, é possível ver o momento em que um rapaz cai do patinete ao tentar atravessar uma rua, depois que a roda do equipamento trava no meio fio. Nas imagens, percebe-se que ele não está de capacete.

Como explica o doutor em engenharia de transportes José Leles de Souza, não há fiscalização para o não uso de equipamento de segurança. “O que temos hoje em termos de possíveis normas que possam ser utilizadas é a regulamentação do Contran, quando ele emitiu a resolução 465, que traz alguns itens que a gente pode utilizar”, explicou. “Mas são muito mais itens de orientação para equipamentos similares a este”, afirmou.

Hoje os patinetes elétricos não estão na lista de veículos do código de trânsito brasileiro. Ainda assim, há um entendimento com relação à circulação nas estradas, ciclovias, ciclofaixas. O problema ocorre quando os usuários não respeitam as regras. “No caso de um atropelamento ou colisão com pedestre pode ocorrer um acidente tão grave quanto um pedestre ou ciclista em uma via”, garante José Leles. “Se a velocidade ultrapassa essa média de 20 km/h, nem as ciclofaixas devem ser utilizadas”, sugere.

A prefeitura garante que a licitação que será aberta deve contemplar o uso adequado de patinetes e bicicletas. A intenção, segundo o secretário de Cultura, Esporte e Juventude, é orientar crianças e jovens da rede municipal de ensino. “No credenciamento teremos várias contrapartidas sociais para incentivar os adolescentes a saber como se utiliza esse equipamento”, prometeu Edmilson.

30/01/2019

Fonte: Noticias do Dia