BRASÍLIA - Artur Waschek Neto admitiu aos integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios que suas empresas não produzem o material que fornecem à estatal, como botas, capas e cofres. Ele disse que vence as licitações e depois contrata os produtos de outras firmas, informou a Agência Câmara.
Wascheck é um dos donos da empresa Comercial Alvorada de Manufaturados (Comam), que fornecia material de saúde e informática para os Correios. Ele é o mandante da gravação em que o ex-chefe do Departamento de Contratação e Administração de Material dos Correios Maurício Marinho é flagrado recebendo R$ 3 mil de propina.
O empresário acusa Marinho de perseguição, mas até agora não conseguiu provar a acusação. Ele reclamou que o funcionário dos Correios teria taxado sua empresa de "picareta" e dado preferência às grandes indústrias.
Wascheck foi multado em contrato para fornecimento de cofres em 20% do valor total – que era de R$ 5 milhões –, antes da gestão de Marinho por causa de atraso na entrega dos produtos e falhas nas especificações. "A multa foi justa, porque realmente houve atraso, mas a considero excessiva", disse o depoente.
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