Edital prevê 4 garagens subterrâneas no centro


A proposta de estacionamentos subterrâneos no Centro de Campinas começa a ser colocada em prática. Os editais de concorrência para a construção das quatro primeiras garagens subterrâneas na região central da cidade vão ser lançados dentro de 75 dias, no final de junho. Se tudo correr dentro do previsto no projeto, as obras terão início em outubro.
Os estacionamentos subterrâneos foram propostos em 2005, quando o prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT) assumiu o governo. Os quatro estacionamentos deverão solucionar parte dos congestionamentos que ocorrem na região central de Campinas, pois o município já atingiu uma frota de 606,3 mil veículos licenciados no ano passado e mantém uma média de 125 carros novos emplacados por dia.
O secretário municipal de Transportes, Gerson Luis Bittencourt, disse que os técnicos da Prefeitura deverão apresentar as propostas de instalação dos estacionamentos em audiência pública que deverá ocorrer no mês de maio. “As propostas vão ser debatidas publicamente na audiência, onde novas sugestões poderão ser incluídas”, afirmou o secretário. A convocação para participação da comunidade, entidades e especialistas na audiência pública deverá ser publicada no Diário Oficial do Município (DO) na próxima semana.
Bittencourt não adiantou quais os locais que a Administração municipal vai propor para a criação de estacionamentos subterrâneos, porém a reportagem apurou que um dos pontos mais cotados a receber intervenções está na região próxima ao Mercado Municipal, onde estão instalados terminais de ônibus.
Outros locais, próximos à rodoviária atual e à nova rodoviária, são também cotados. Existe a possibilidade de criação de outros subterrâneos no quadrilátero histórico e cultural do Centro — formado pelas vias Moraes Salles, Anchieta, Orosimbo Maia e Senador Saraiva. Nessa região estão instalados prédios como a Estação Cultura, o Jockey Clube, o Palácio dos Azulejos, o Pátio dos Leões, o Centro de Ciências e Letras, a Casa de Francisco Glicério, a Casa Maçônica, a Igreja do Carmo, a Catedral Metropolitana e o Palácio da Mogiana.
Cada garagem subterrânea em Campinas deverá ter entre 350 e 400 vagas. Esse tipo de intervenção urbanística já é aplicado em São Paulo, em cinco estacionamentos subterrâneos, que oferecem aproximadamente 1,2 mil vagas.
Um levantamento divulgado no ano passado pela Associação Comercial e Industrial de Campinas (Acic) revelou que há saturação de vagas em estacionamentos públicos e privados na cidade. O levantamento mostra que o déficit é de aproximadamente 25%, que representa a média de um veículo para cada dois habitantes.
A pesquisa da Acic revelou também que existem hoje 150 estacionamentos particulares e três públicos em todo o município. A região central conta com 62 estabelecimentos privados, que representam 41,33% do total na cidade. Mesmo assim, faltam locais para estacionar no Centro.
Além de melhorar o fluxo de veículos, os estacionamentos subterrâneos poderão solucionar também a falta de vagas na região central.
A implantação das garagens seriapor meio de Parceria Publica Privada (PPP), onde o município concede uma área pública por até 30 anos à iniciativa privada, que deverá investir e explorar comercialmente. A concessão poderá ser renovada, ou ser feita com outra empresa interessada.
O investimento por parte das empresas é estimado entre R$ 15 milhões e R$ 17 milhões por empreendimento. O retorno financeiro será a cobrança das tarifas, cujo valor será aprovado pelo poder público.
Os estacionamentos subterrâneos poderão ser viabilizados imediatamente, pois já estão previstos na Lei 12.924/2007, de autoria do vereador Antônio Carlos Chiminazzo (PDT), sancionada em maio do ano passado pelo prefeito. Com a lei, a Prefeitura tem autorização para conceder, mediante licitação, a exploração da iniciativa privada para o serviço de estacionamento subterrâneo de veículos. Chiminazzo disse que o objetivo é solucionar a falta de vagas no Centro de Campinas, melhorar o fluxo de veículos, com a vantagem do município não ter um centavo de gasto em seu orçamento.

Medida pode reduzir falta de vagas e melhorar fluxo
A medida é apontada como solução para a falta de vagas de veículos no Centro, para a melhoria do fluxo no trânsito e para a revitalização do Centro de Campinas. Integrantes da Administração Pública afirmam que os estacionamentos subterrâneos integram um pacote de ações de revitalização na área central, que prevê o fim da poluição nas fachadas do comércio, reformas em praças, alterações no trânsito, criação de estações de transferência (miniterminais de ônibus) e outras ações. Os estacionamentos subterrâneos servirão também para inaugurar “pontos de suspiro” para os pedestres, uma idéia sugerida pelo prefeito Hélio de Oliveira Santos, no início de seu mandato. Esses “pontos de suspiro” representariam espaços abertos para a circulação de pedestres no Centro, uma espécie de calçadão sobre os estacionamentos subterrâneos. Na ocasião, o prefeito disse que os locais teriam também o objetivo de valorizar os prédios históricos.


27/03/2008

Fonte: Correio Popular

 

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