Na distribuição dos pólos geradores de tráfego de 1989 a 2002, a área que abrange a maioria dos bairros da zona leste foi a mais excluída, recebendo somente 11,2% dos novos empreendimentos.
Uma distribuição mais homogênea de centros de comércio, lazer e serviços pela capital paulista é a principal medida -e a maior dificuldade- para minimizar os problemas que essas obras trazem -e manter os seus benefícios.
"Todas as áreas continuam com potencial. Nenhuma está saturada. Mas há uma concentração excessiva [em bairros das zonas sul, oeste e central]. A nova tentativa é fortalecer a zona leste", afirma Tadeu Leite Duarte, superintendente de Desenvolvimento da CET, em referência a projetos de melhorias viárias no eixo ABC/Guarulhos -pela Jacu-Pêssego.
O mapa de distribuição dos pólos geradores de tráfego mostra que a área que envolve distritos da zona sul, como Santo Amaro e Vila Andrade, e da zona oeste, como Butantã, Morumbi e Itaim Bibi, foi a que mais aglutinou novos empreendimentos, com características variadas -incluindo os escritórios na região da avenida Engenheiro Luiz Carlos Berrini.
A área que abrange Pinheiros, Lapa e toda a zona norte é marcada pela concentração de centros comerciais, como shoppings e supermercados. Na que inclui distritos mais próximos das divisas entre as zonas sul e leste (como Ipiranga, Vila Prudente e Vila Mariana), os pólos institucionais (como faculdades) se destacam.
"Temos uma cidade que sofre a pressão dos investimentos e a expectativa de lucro do mercado imobiliário, com visões dissociadas do conjunto da metrópole. É preciso encontrar formulações que viabilizem uma distribuição mais equânime", diz Paulo Sophia, presidente do IAB-SP (Instituto de Arquitetos do Brasil).
O presidente do Instituto de Desenvolvimento Urbano, Ivan Seixas, diz que essa distribuição racional é uma questão de planejamento. Embora reconheça que não se pode impedir a existência de novos empreendimentos, ele contesta a omissão do poder público em algumas situações -e dá como exemplo a área do shopping Santa Cruz, na Vila Mariana, que já serviu de estímulo ao transporte coletivo (ao ter terminal e estacionamento para acessar a rede metroviária) e que foi transformado num pólo de atração de viagens individuais.
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