Diebold Procomp ganha licitação e projeta alta de 15% nas vendas

A vitória na licitação de loterias da CEF (Caixa Econômica Federal), em parceria com o Bradesco, está levando a Diebold Procomp a projetar ampliação de até 15% no faturamento de 2005. O contrato, avaliado em R$ 212 milhões, prevê a fabricação de 25 mil terminais, que serão instalados em 9.000 lotéricas distribuídas pelo país.
O montante investido na iniciativa não foi divulgado pela firma. A estimativa é que a produção comece a partir de abril, mas os protótipos das novas máquinas já foram produzidos. Sua assessoria de imprensa informou que o projeto deve render expansão de 15% na mão-de-obra das duas unidades que a Diebold Procomp mantém no PIM (Pólo Industrial de Manaus) -de 200 para 230 funcionários.
O valor final do negócio corresponde à soma das 48 parcelas de leasing e serviços. Além da parceria Diebold Procomp/Bradesco, participaram do pregão os consórcios Itaú/Itautec, IBL/IBM, Probank BMG/ Novadata. A aliança entre a empresa e o banco foi declarada vencedora nesta quinzena, depois de mais de mil rodadas de lances.

Lotéricas modernizadas
Segundo o site da CEF, a primeira remessa de terminais será entregue em 15 de maio, quando começará o novo modelo de loterias da estatal. A primeira fase do projeto-piloto compreenderá 30 lotéricos em Brasília (DF), com duração de 90 dias. Cronograma disponibilizado nos editais, todas as unidades lotéricas do Brasil devem ser modernizadas de agosto de 2005 a maio de 2006. A transição está prevista para durar 12 meses .

Detém 60% do mercado
Fornecedora de produtos, serviços e soluções para automação bancária e corporativa, a Diebold Procomp detém 60% do mercado brasileiro. De acordo com o presidente da empresa, João Abud Junior, o talento para grandes projetos nacionais -como as urnas eletrônicas- e a experiência e liderança em tecnologia para bancos foram fundamentais para a vitória.
“Automação bancária é nosso foco e não podemos esquecer que as lotéricas formam hoje a maior rede de correspondentes bancários do país”, comentou. Para o executivo, a parceria com um banco de porte e excelência como o Bradesco também foi essencial para o resultado.
Fabricante tem como foco indústrias, instituições bancárias e supermercados
O novo equipamento, especialmente desenhado para atender às necessidades das lotéricas, terá processador de última geração, monitor LCD (cristal líquido) touch-screen (controle por toque na tela), scanner para documentos até formato A4, leitor de smart card (cartão inteligente) e impressora.
Antes da assinatura do contrato, a firma já registrava desempenho positivo. Em 2004, cresceu 34%, faturou R$ 926 milhões, e registrou aumento de 47% no lucro líquido.
A produção fechou em 45 mil máquinas (terminais financeiros e caixas eletrônicos) e 75.222 urnas eletrônicas. Outsourcing (terceirização) e serviços tradicionais (manutenção e suporte técnico) responderam por 52% do resultado.
A empresa atua nos segmentos bancário e corporativo e conta com 3.400 colaboradores no país (entre manufatura, administração, marketing e serviços). Foi fundada no Brasil em 1985 e dispõe de 15 bancos na sua clientela -que inclui ainda indústrias, hipermercados e administradoras de cartões de crédito. Já vendeu mais de 350 mil equipamentos e conta com pelo menos 13 mil agências instaladas.
Contrato de transição entre a firma e o Bradesco deve durar 12 meses
O site da organização oferece 26 produtos, nas áreas de auto-atendimento, PCs, servidores e periféricos, software, e segurança. O portfólio conta também com cinco serviços e o projeto especial de urnas eletrônicas. As soluções incluem instalação física da rede de telecomunicações e de servidores para o comércio eletrônico, além do fornecimento de estações de trabalho.
Desde 1998, quando venceu a primeira licitação, fabricava equipamentos para automação eleitoral, tendo sido responsável pelo fornecimento de urnas eletrônicas para os pleitos de 1998, 2000 e 2004. A firma atua ainda como integradora e fornece serviços como outsourcing (terceirização), segurança, infra-estrutura e suporte técnico.
Em outubro de 1999, a Diebold Incorporated adquiriu 100% das ações da Procomp, o que levou ao lançamento da logomarca Diebold Procomp, em 2002. A multinacional é líder global em segurança e serviços de auto-atendimento, está presente em mais de 88 países, e conta com mais de 13 mil colaboradores no globo.
Com sede em North Canton, Ohio (EUA), a firma faturou US$ 2,11 bilhões em 2003, e suas ações são comercializadas publicamente na Bolsa de Valores de Nova York, sob a sigla DBD.

Batalha judicial
A licitação vencida pelo consórcio Diebold Procomp/Bradesco só foi possível depois de uma longa batalha judicial. O site da CEF informa que, em agosto de 2004, a Corte Especial do STJ (Superior Tribunal de Justiça) suspendeu os efeitos de sentença e liminares que beneficiavam a empresa Gtech e impediam licitações para loterias
A estatal deve assumir de imediato o processamento central do serviço. A Gtech, por outro lado, continua responsável pela captação e fornecimento de insumos aos lotéricos que ainda utilizam os terminais antigos até a data da substituição pelo novo equipamento. No final de outubro de 2004 a CEF iniciou processamento central dos jogos, de forma paralela e experimental.
O contrato de transição entre o banco e a Gtech deve durar até 12 meses, tempo previsto para a migração completa dos atuais terminais lotéricos e demais serviços nas unidades lotéricas brasileiras. O objetivo, segundo o site, é garantir continuidade à prestação do serviço até a completa substituição do modelo, assim como a queda gradual do custo, durante a operação.

29/03/2005

Fonte: Jornal do Commércio