A Dersa Desenvolvimento Rodoviário divulgou ontem os nomes das empresas que apresentaram as melhores propostas para os cinco lotes da licitação para a construção do trecho Sul do Rodoanel, em São Paulo: Lote 1, Andrade Gutierrez/Galvão Engenharia (R$ 492,8 milhões); lote 2, Norberto Odebrecht/Constran (R$ 515,3 milhões); lote 3, Queiroz Galvão/CR Almeida (R$ 561,9 milhões); lote 4, Camargo Corrêa/Serveng (R$ 505 milhões); e lote 5, OAS/Mendes Júnior (R$ 511,7 milhões).
O trecho Sul do Rodoanel vai exigir investimentos em torno de R$ 2,6 bilhões só para as obras, fora os gastos com as medidas compensatórias exigidas na concessão da licença ambiental prévia. O traçado, com 57 quilômetros, inicia no trevo da rodovia Régis Bittencourt - entroncamento com o trecho Oeste - interligando às rodovias Anchieta e Imigrantes, além do prolongamento da avenida Papa João XXIII. A Dersa não comunicou o resultado oficialmente.
As propostas serão analisadas no próximo dia 17 e o resultado deverá ser publicado no "Diário Oficial do Estado" até o final da próxima semana. Depois disso, começa a contar o prazo de cinco dias para recursos e, se houver, contra-recursos. Só depois é que os contratos do Estado com as empresas serão assinados.
"Estamos prontos para começar a trabalhar assim que o governo assinar a ordem de serviço", comentou o diretor da Odebrecht Irineu Meireles, que apresentou o menor preço no lote 2. Ele conta que a empresa disputou todos os cinco lotes e tinha expectativa de conquistar dois deles. "Tínhamos preços competitivos para isso." Com isso, a Odebrecht participa das três maiores obras de São Paulo: a calha do Rio Tietê, as linhas do metrô e, agora, o Rodoanel.
O diretor de relações institucionais da Andrade Gutierrez (AG), Flávio Machado Filho, disse que a empresa foi pré-qualificada nos cinco lotes, apresentou propostas para três e ganhou o primeiro, de 12 quilômetros. A AG tem 60% do consórcio formado com a Galvão Engenharia. Segundo o diretor, o governo paulista deverá assinar os contratos em "algumas semanas".
O prazo de conclusão das obras é de 48 meses. O governo do Estado estima que com a conclusão do trecho Sul e com o trecho Oeste, já concluído, o movimento de caminhões na marginal Pinheiros deve cair 43% e em, na avenida dos Bandeirantes, a redução deverá ficar em 37%. O trecho Sul beneficia os municípios de Embu, Itapecerica da Serra, São Paulo, São Bernardo do Campo, Santo André, Ribeirão Pires e Mauá.
As obras do trecho sul já começam bastante atrasadas. Após uma série de entraves ambientais, a licença prévia, que permite a abertura de licitação foi concedida no final de fevereiro. Com todas as mudanças exigidas pelo Ministério Público ao longo do processo para minimizar os impactos ambientais da obra, o empreendimento já ficou R$ 330 milhões mais caro que o estimado, segundo a Dersa. Os gastos só com medidas compensatórias e mitigadoras somam mais de R$ 600 milhões.
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