CPTM vai licitar obra de modernização em três das quatro estações de Mogi das Cruzes

Um pleito antigo de Mogi das Cruzes deve começar a ser, em partes, resolvido ainda este ano. A Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) espera publicar até dezembro o edital da licitação de concessão comercial das estações de Jundiapeba, Mogi das Cruzes e Estudantes. Com a medida, os três espaços deverão ser modernizados. A de Braz Cubas ficou de fora do projeto, mas a diretoria da estatal garantiu que realiza estudos a fim de encontrar uma alternativa para que ela também seja reformada.

A CPTM já publicou o resultado do chamamento público para o projeto. Nesta etapa, as empresas tinham que desenvolver os desenhos que atendessem tanto a parte operacional, e também viabilizassem a exploração comercial. Na manhã de ontem, o presidente da estatal, Pedro Moro e o gerente de Engenharia e Projetos, Eduardo Tavares, apresentaram o conceito do projeto ao prefeito Marcus Melo (PSDB). Na área comercial, estarão lojas, bares, restaurantes e serviços diversos. Os desenhos contemplam espaços de atendimento ao público e para o sistema operacional e técnico, além da circulação mecânica e do entorno, com passarelas, escadas rolantes e elevadores.

A empresa que vencer o processo licitatório de concessão terá de desenvolver ainda o projeto executivo, mas o plano apresentado ontem serve como um indicativo para o que será realizado no futuro.

Em Jundiapeba, o prédio antigo será mantido. Apesar de não ser tombado, ele é de interesse público, e receberá rampas, mezanino e toda a infraestrutura de modernização. Durante a execução das obras, as estações continuarão operando normalmente.

Já na de Mogi das Cruzes, está mantida a interligação direta com o terminal rodoviário, que ainda não consta no projeto, mas foi pontuado na apresentação, bem como no caso da Estudantes.

Nos terminais, os moradores poderão cruzar para os dois lados da cidade passando por dentro da estrutura. Inclusive, essa é uma alternativa que reforça a viabilidade comercial dos pontos a serem instalados.

Agora, a CPTM analisa o projeto para afinar os detalhes para a concessão, a ser lançada. “Nós vamos agora entender o método construtivo e qual o impacto disso, para poder mensurar o prazo de execução. O ideal poderia fazer separadamente para ter menor impacto da CPTM, mas temos a intenção de fazer todas ao mesmo tempo e ganhar uma sinergia na obra”, detalhou o presidente.

Moro esclareceu ainda que será uma concessão de exploração comercial, em que o vencedor da licitação fará as adequações e explore as áreas comerciais. Então a escolha de quem fará as obras será definida pela empresa vencedora, com a fiscalização da CPTM.

“Mogi das Cruzes foi escolhida para este chamamento inédito pelo potencial de exploração comercial e para agregar três estações na concessão. Elas têm característica de exploração. Em relação à Braz Cubas, a gente está estudando qual é a melhor forma de fazer uma possível concessão da exploração comercial, para ver se a região atende. Isso não deve demorar muito e ficar pronto até o final do ano. As outras três estações têm uma localização geográfica mais favorável. Em Braz Cubas estamos verificando a viabilidade econômica para ser explorada. Não se pode depender apenas do movimento dos passageiros, mas também da comunidade do entorno”, pontuou Moro.

Na região, além de Mogi das Cruzes, as estações de Itaquaquecetuba também não foram modernizadas. Moro disse que há um projeto na CPTM para realizar as adequações e uma equipe específica de negócio verifica a possibilidade de realizar o mesmo projeto de concessão.

Sobre uma possível integração tarifária das linhas do transporte municipal com a ferroviária, o presidente disse que existe essa possibilidade desde que haja uma negociação das duas concessionárias. “A integração física do terminal está prevista no projeto e ainda facilita a integração tarifária”, destacou. Em todos os projetos estão previstas a instalação de bicicletário.

O prefeito Marcus Melo (PSDB) lembrou que a linha 11-Coral da CPTM é a que registra o maior movimento, com o transporte de 700 mil pessoas diariamente, e avaliou que a concessão comercial foi a possibilidade que a companhia encontrou para resolver uma demanda antiga de modernizar a estrutura em Mogi das Cruzes, ainda que Braz Cubas fique de fora nessa primeira etapa.

“A visita hoje (ontem) foi para apresentar este estudo e esperamos que até o final do ano tenha uma licitação para que as obras comecem ainda em 2021. Nós solicitamos no início do ano que a estação de Braz Cubas fosse incluída, mas eles estão verificando uma alternativa. Eu espero e vamos trabalhar para que as obras comecem o mais rápido possível”, ressaltou.

Moro promete analisar o pedido feito por ciclistas
O Dia do Ciclista foi marcado na cidade, ontem, pela entrega de um ofício assinado pelo prefeito Marcus Melo (PSDB) solicitando ao presidente da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), Pedro Tejon Moro, a análise da proposta feita pela sociedade civil para a construção de uma ciclovia ao lado da faixa ferroviária entre Jundiapeba e Estudantes. Moro prometeu avaliar o pedido, e dar uma resposta a Mogi até setembro.

O secretário municipal de Planejamento e Urbanismo, Claudio Rodrigues, apresentou a proposta e lembrou que Mogi das Cruzes foi desenvolvida ao redor da linha de trem e, neste período de pandemia, surgiu a discussão na cidade sobre a importância de se integrar favorecer o ciclismo, como meio de transporte público, com a construção de uma ciclovia em uma parte do terreno da CPTM, entre Jundiapeba e a estação Estudantes. A administração municipal verifica a possibilidade de se estender o acesso até César de Souza, por meio do programa +Mogi EcoTietê.

Já apresentado por O Diário, o projeto prevê 9,2 quilômetros de ciclovia. “Essa rede cicloviária é de total importância para a cidade. Nós sabemos que existem algumas interferências que precisam ser analisadas. Mas são mínimas, do ponto de vista ambiental. Uma faixa de um ou dois metros daria para a reorganizar a travessia e dar mais segurança ao ciclista”, detalhou Rodrigues.

Um dos idealizadores do plano defendido por grupos de ciclistas, o arquiteto e professor Paulo Pinhal lembrou que para cada dois moradores, há um automóvel em Mogi, enquanto em muitas cidades, a ciclovia é uma tendência. “Conversando com os coletivos de ciclistas, nós vimos que havia essa necessidade e sabemos que há uma ciclovia implantada em São Paulo na faixa da CPTM. A nossa ideia é ligar de Jundiapeba a César de Souza, como se fosse uma espinha dorsal para as demais ciclovias”, destacou.

Pinhal solicitou ainda que a substituição do muro de proteção por grades, nos locais que ainda são fechados, para que a cidade possa “respirar” e permitir a visão do outro lado, como a Serra do Itapeti.

O presidente da CPTM, Pedro Moro, disse que há uma preocupação por parte da estatal para melhorar a mobilidade com alguns projetos que atendem ao pedido feito por Mogi. Ele prometeu que uma equipe técnica vai verificar a viabilidade de instalação da ciclovia. Até o final do mês de setembro, a direção da estatal deve dar uma resposta a Mogi sobre essa solicitação.

Pinhal avaliou como significativo o fato do presidente da CPTM ter recebido o projeto e ouvido a reivindicação da população. “Como arquiteto, eu dei uma olhada na área e é essa questão depende de boa vontade política. Claro que tem alguns custos com remoção de caixas, mas nada de grande volume financeiro. Acho que não tem problema de ser uma parceria público-privada, até para arrumar uma empresa para patrocinar o gradil que possui um custo”, pontua.

20/08/2020

Fonte: O Diário de Mogi