Consórcio venceu licitação com preço R$ 200 mi mais barato


SÃO PAULO - O Consórcio Via Amarela venceu a licitação para construir a Linha 4-Amarela do Metrô com uma proposta R$ 200 milhões mais barata que a apresentada pelo grupo espanhol Cobra Ferrocarriles, segundo colocado na concorrência. Para garantir a vitória, as empreiteiras Odebrecht/CBPO, OAS, Queiroz Galvão, Andrade Gutierrez e Camargo Corrêa ainda apresentaram, como todos os outros participantes, uma carta-desconto no valor médio de 10% sobre o preço vencedor. Como resultado, desde o começo as empresas precisaram trabalhar no limite dos custos e em busca de soluções para economizar.
A pressão de custos começou com a concorrência altamente competitiva que deu a vitória ao Via Amarela, em outubro de 2003. Disputaram com o consórcio brasileiro pesos pesados do mercado internacional - além do Cobra, foram outras 50 empresas. Para evitar que companhias estrangeiras ganhassem espaço no mercado nacional, o Via Amarela precisou diminuir o overhead (margem de lucro) e elaborar uma competente engenharia tributária, principalmente referente a custos de importação. Além disso, teve de traçar um plano rigoroso no projeto de construção.
O preço oferecido pelo consórcio foi de R$ 1,8 bilhão, 10% abaixo do valor estimado pelo Metrô. Com o desconto, a diferença chegou a 20%. "A disputa acirrada e a obsessão por fazer uma obra o mais barato possível levaram o Estado a contratar a obra por um preço menor. Mas o consórcio precisou se desdobrar para conseguir fazer economia e acabou assumindo riscos", diz o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado Roque Citadini, que acompanhou a licitação.
Juntamente com o desafio de trabalhar oito anos com custos enxutos, o modelo de contrato firmado entre o Metrô e o Via Amarela, seguindo recomendação do Banco Mundial, financiador da obra, era do tipo turn key (preço fechado). Por esse modelo, caberia ao consórcio e a seus contratados tanto a execução da obra, como o projeto e a fiscalização. Técnicos do Metrô não têm autonomia para interferir na obra.
Para evitar que empreiteiras tenham de se desdobrar para evitar prejuízos imprevistos - como chuvas excessivas que aumentam o custo da obra -, os países nórdicos abrem brechas em seus contratos turn key. Assim, eventuais custos adicionais são compartilhados entre todas as partes do contrato. "Às vezes, há ganhos financeiros em contratos desse tipo", diz o engenheiro Tarcísio Celestino, da empreiteira Themag.
O Via Amarela garantiu que seu trabalho não estava atrasado. "O Metrô estava mais exposto que a gente nessa questão", diz um engenheiro. Isso porque as obras demoraram a começar em virtude de um atraso de 11 meses nas desapropriações, que ficaram a cargo do Estado. Como havia cronogramas para cada etapa da linha, o consórcio diz que poderia cobrar pelo custo de manter equipes paradas. "Isso não significa que eles pudessem pedir para a gente correr com a obra."
O mesmo engenheiro disse que, a partir de uma "provocação do Metrô", o Via Amarela concordou em antecipar trechos de túneis nos quais usaria o tatuzão - cujo prazo de entrega varia de 12 a 14 meses -, empregando o método NATM. "Mas os túneis nunca deram problema. O problema aconteceu na estação."

Cronologia da licitação
2001 - Concorrência - Divididas em 17 consórcios, 51 empresas participam da concorrência internacional para a construção da Linha 4-Amarela.
2002 - Licitação - Após pré-qualificação técnica, 5 consórcios são eliminados. Os demais apresentam seus preços e uma carta de desconto. O Via Amarela vence o processo.
2003 - Fim do processo - Metrô assina o contrato com o consórcio vencedor.


21/01/2007

Fonte: Estadão.com

 

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