SÃO PAULO - A Caixa Econômica Federal (CEF) lança até o final de agosto um edital para a contratação de uma "fábrica" de software - laboratório para desenvolver os programas que a instituição usa - com a qual pretende ampliar o atual número de fornecedores que lhe atendem. Ao mesmo tempo, quer "racionalizar os custos", nas palavras de Ednaldo de Oliveira, gerente nacional de tecnologia do banco e responsável pelo processo.
Em jogo, está um contrato de R$ 633 milhões em dois anos, valor, no entanto, que ele espera que tenha "uma redução significativa" durante o processo de licitação, já que considera que o mercado de software "está muito agressivo" e vai levar à queda dos preços.
Hoje, a instituição financeira tem um contrato com duas fornecedoras, a Politec e a DBA, que vence em abril de 2007. Por isso, a CEF decidiu iniciar logo o processo para promover uma transição tranqüila aos novos fornecedores.
"Já que o banco tem a obrigação legal de ir ao mercado, aproveitou para redesenhar o modelo", afirmou Oliveira, em entrevista ao Valor Online. As principais diretrizes do novo modelo, segundo ele, são ampliar o número de fornecedores, abrir espaço à participação das pequenas e médias empresas, obter maior especialização no serviço prestado e melhor relação custo-benefício à Caixa, além de gerar aumento da produtividade.
As pequenas e médias empresas, disse ele, "são muito boas em nichos específicos de mercado" e, por isso, a CEF pretende detalhar o edital em dez itens de forma a permitir a participação dessas companhias em alguns deles.
Segundo Oliveira, "os volumes investidos e o amadurecimento do mercado vão tornar a disputa acirrada". Os dez itens do edital visam segmentar as atividades. "Quem desenvolve e dá manutenção não testa e não audita", exemplificou o executivo.
Dos R$ 633 milhões envolvidos, R$ 472,32 milhões são para desenvolvimento e manutenção de sistemas, R$ 21,7 milhões para programação de sistemas e R$ 139,3 milhões para suporte e testes de conformidade.
Depois de lançado o edital, as interessadas têm até 45 dias para apresentar suas propostas e documentação. Uma vez habilitadas, as candidatas serão chamadas para a disputa presencial, como explicou o gerente da Caixa.
Ele acredita que o processo terá um período de transição de "alguns meses" em que as duas "fábricas" de software atuarão ao mesmo tempo para, a partir de abril de 2007, entrar em vigor o novo modelo.
28/07/2006
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