Campinas publica edital de licitação para concluir obras inacabadas do BRT

A Prefeitura de Campinas (SP) publicou, nesta segunda-feira (3), o edital para concluir os 11% do lote 4 das obras do BRT (ônibus de trânsito rápido, na sigla em inglês). O modal é o principal projeto do transporte público da metrópole e está atrasado desde 2020. O orçamento para esta etapa foi estimado em R$ 50 milhões e o aviso de licitação publicado na sexta (31).

Segundo a prefeitura, a previsão para finalização das obras é de 12 meses após a conclusão da licitação. Com isso, a estimativa atualizada do secretário de Infraestrutura, José Carlos Barreiro, de concluir toda a construção ainda em 2023, não deve ocorrer.

O governo municipal já havia anunciado, em julho, que este trecho do Corredor Ouro Verde seria relicitado. A contratação de uma nova empresa é necessária porque a administração rescindiu o contrato com o antigo consórcio sob a alegação de que houve sucessivos atrasos na obra. Houve a aplicação de multa.

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O novo consórcio ou empresa terá de construir três estações, os dois terminais Ouro Verde e Vida Nova, além da construção e manutenção de trechos viários e o Centro de Controle Operacional (CCO).

O Terminal Ouro Verde é o que tem a situação mais atrasada, com 60% da obra ainda por fazer. O recebimento de propostas e a abertura dos envelopes será no dia 27 de abril, segundo a prefeitura.

A administração estima que, ao fim das obras do lote 4, todo o projeto será entregue. Isso porque o lote 1 está finalizado e o lote 3 será concluído em abril com a entrega do terminal Campos Elíseos.

A prefeitura também promete entregar, até o fim de 2023, os dois últimos viadutos do lote 2. Um deles fica sobre a Avenida John Boyd Dunlop e outro em cima da Rodovia dos Bandeirantes. O Executivo estima que, atualmente, 96% das obras de todos os lotes estão finalizadas.

"A obra foi abandonada pela empresa e nos obrigou a fazer uma nova licitação. Em função disso, vamos ter que substituir o que foi feito fora do padrão do projeto", disse o secretário de Infraestrutura de Campinas, Carlos José Barreiro.

Antigo consórcio
Na época em que o contrato foi rescindido, o Consórcio BRT, que era o responsável pelas obras, disse que a própria administração concedeu prorrogação de prazos por conta de "fatores externos" como a necessidade de desapropriação de terrenos e imóveis, fatores ambientais, falta de insumos durante a pandemia, entre outros.

O que falta e quando fica pronto
O que deve ter no sistema do BRT

36,6 km de corredores exclusivos para ônibus: Campo Grande, Ouro Verde e Perimetral.
36 estações
18 pontes e viadutos
7 terminais de ônibus
Estimativa é que, quando estiver pronto, beneficie 450 mil pessoas
Investimento total foi de R$ 451,5 milhões
O que ainda não está pronto

Lote 2: dois viadutos
Lote 3: Terminal do Campos Elíseos
Lote 4: três estações e dois terminais de ônibus: Ouro verde (falta 60%) e Vida Nova (falta 30%)
O projeto
A construção começou em 2017 e previsão inicial era de três anos de conclusão, sob o custo contratado de R$ 451,5 milhões. Com os atrasos ao longo do período e necessidade de mais verbas, o cronograma mudou para junho de 2022 e, depois, para 2023.

A obra dos corredores do BRT tem 36,6 quilômetros de corredores exclusivos ao todo, divididos em quatro lotes, além de 36 estações, 18 pontes e viadutos e sete terminais. Cerca de 450 mil pessoas que dependem do transporte público serão beneficiadas, informou a prefeitura.

Ouro Verde: 14,6 km de extensão, saindo da região central, seguindo pela João Jorge, Amoreiras, Ruy Rodriguez, Camucim até o Terminal Vida Nova.
Campo Grande: 17,9 km de extensão, também saindo da região central, seguindo pelo leito desativado do antigo VLT, John Boyd Dunlop e chegando ao Terminal Itajaí.
Perimetral: 4,1 km de extensão, ligando a Vila Aurocan até o Campos Elíseos, seguindo pelo leito desativado do VLT.

03/04/2023

Fonte: G1 Campinas e Região