Câmara de BH atrasa de novo a licitação dos combustíveis

A Câmara Municipal de Belo Horizonte adiou mais uma vez o lançamento do edital de convocação para empresas interessadas em prestar serviços de transporte aos vereadores. Após um relatório ser entregue na semana passada pela comissão que analisou o tema, a Casa havia dito que o edital seria publicado nesta quarta, apesar de apenas dois orçamentos terem retornado com a cotação.

“Ainda esperamos a resposta de pelo menos mais uma, que ficou de mandar até amanhã (nesta quinta). Estamos na expectativa”, esclarece Augusto Paulino, procurador geral da Câmara. Segundo ele, houve um reforço do pedido da cotação “para ver se elas (as empresas) mandam”. Quatro empresas diferentes foram acionadas para enviar o preço do serviço a ser contratado.

Procurada, a assessoria de imprensa da Casa disse que a direção de Administração e Finanças informou que as duas empresas restantes se comprometeram a enviar os orçamentos nesta quinta.

Paulino reafirmou que, se não houver retorno de uma terceira empresa até o fim do dia, será feita uma média com as duas cotações recebidas. A Câmara tinha dito o mesmo na última segunda-feira. “Na oportunidade de não conseguir três orçamentos, com dois pode fazer. Não é o ideal, porque com três ou mais empresas dá para ter uma média mais plausível, mais próxima do valor de mercado”, detalha. “Vai ganhar quem tiver o menor preço, o valor mais competitivo”, esclarece.

Com o novo prazo, o procurador geral da Câmara informou que o edital de licitação deve ser publicado no “Diário Oficial do Município” (DOM) no início da próxima semana.

Enquanto seguem desde janeiro sem implementar a licitação, os vereadores continuam gastando mais com a verba de gasolina. Conforme mostrou O TEMPO, só nos primeiros cinco meses de 2015 foram gastos R$ 252 mil em combustível. O valor seria o suficiente para rodar 768 mil quilômetros – consumo médio 10 km/litro com o preço médio da gasolina de R$ 3,28, segundo pesquisa do site Mercado Mineiro. A quilometragem daria para ir e voltar da lua ou dar 19 voltas na Terra.

ECONOMIA. O serviço licitado vai fornecer a cada um dos 41 vereadores um carro com motor 1.4 ou 1.5, 250 litros de gasolina por mês, manutenção, contratação de motorista e um rastreador veicular. A nova medida reduziria cerca de 40% do valor gasto atualmente com combustível, segundo perspectiva da Câmara.

No atual formato, de verba indenizatória, cada vereador tem, em média, R$ 3.000 mensais para o abastecimento. A nova medida diminuiria esse valor para cerca de R$ 800 por mês. Neste ano, apenas dez dos 37 vereadores que utilizaram a verba gastaram menos do que esse valor em média mensal.

25/06/2015

Fonte: O Tempo