SÃO PAULO - A antiga administração da Brasil Telecom (BrT), comandada pelo Opportunity, renovou, um mês antes de sua destituição, cerca de R$ 2 bilhões em contratos de terceiros - alguns antes mesmo da data de vencimento - sem promover licitações.
Os custos da empresa, em boa parte por conta desse fator, subiram 14% nos primeiros nove meses de 2005 em relação ao mesmo período do ano passado. A atual administração, no entanto, afirma que "a tendência já foi revertida e estancada", segundo Ricardo Knoepfelmacher, presidente da companhia, que há pouco conversou com a imprensa.
Segundo ele, os maiores fornecedores da empresa foram chamados a renegociar os termos com a nova gestão da operadora. Se os contratos fossem congelados, gerariam automaticamente uma elevação de 8% a 10% nos custos em 2006, mas a renegociação com a atual administração vai limitar a alta entre zero e 2%, como explicou Charles Putz, vice-presidente financeiro e de relações com investidores da BrT.
Segundo ele, a Brasil Telecom " tem altos índices de terceirização, tanto na rede interna quanto externa, além de não ter call center próprio " , diferentemente das operadoras Telefônica e Telemar, por exemplo, que controlam empresas de call center (Atento e Contax, respectivamente). " Mas o que nos causou estranheza é que esses contratos foram renovados e reajustados sem que uma nova licitação fosse aberta ao mercado " , disse ele.
A companhia também pretende reduzir gastos com publicidade e congelou todas as novas contratações de pessoal, segundo Knoepfelmacher. Apesar das contratações que precisou fazer para dar suporte ao crescimento da base de celulares _ a empresa superou a marca de 2 milhões de clientes _, a BrT tem hoje, de acordo com o executivo, " cerca de 180 cargos em aberto e que não serão preenchidos " . Além disso, diz ele, " vamos fechar o ano com 200 funcionários abaixo da meta traçada no início do ano " , pela antiga administração. A companhia tem hoje cerca de 5,9 mil funcionários.
Nesta tarde, a diretoria da BrT apresenta aos investidores as metas traçadas para 2006, na segunda reunião com investidores desta gestão. A atual diretoria foi empossada em setembro, depois que o Citibank e os fundos e pensão conseguiram afastar o Opportunity de todos os elos da cadeia societária.
19/12/2005
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