Aberta licitação para ampliação do gasoduto Bolívia-Brasil


RIO DE JANEIRO - A Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) começou a receber, a partir desta terça-feira, propostas dos interessados em participar da ampliação do duto que traz gás natural do país vizinho. Em oferta pública lançada na última segunda-feira, a TBG estabeleceu o prazo até o próximo dia 24 para o recebimento das propostas. O regulamento completo da concorrência estará disponível no site www.tbg.com.br.
A oferta pública para ampliar a capacidade do gasoduto já vinha sendo estudada pela Agência Nacional do Petróleo (ANP) desde o final do ano passado. No início de 2006, a TBG chegou a apresentar uma minuta do comunicado que iria lançar, mas que continha incorreções, na visão da ANP, e teve que ser modificada, adiando em cerca de um mês o lançamento da oferta.
A idéia é que as empresas transportadoras de gás natural, entre elas a Petrobras, apresentem seus planos para atendimento do mercado. "É preciso cruzar os dados de todas as empresas para não acontecer de três empresas apresentarem planos para ampliar a capacidade em dois milhões de metros cúbicos por dia cada uma, e no final descobrirmos que todas tinham intenção de negociar o combustível com o mesmo cliente", disse o diretor da ANP, Vitor Martins no início de fevereiro.
Hoje, o gasoduto tem capacidade de transportar 30 milhões de metros cúbicos por dia, mas utiliza 25 milhões. A ANP já recebeu comunicado da transportadora responsável pela parte boliviana do duto (GTB) de que existe a possibilidade do aumento da capacidade chegar a mais 21 milhões de metros cúbicos de gás natural por dia, além do volume máximo atual.

Petrobras
A Petrobras foi uma das únicas empresas a divulgar até o momento que pretende expandir sua cota no gasoduto em mais 4 milhões de metros cúbicos. De acordo com as estimativas de mercado, seriam necessários US$ 225 milhões para trazer estes 4 milhões de metros cúbicos por dia para São Paulo e outros US$ 480 milhões para levar o mesmo volume até Porto Alegre.
O trecho sul do gasoduto, que liga São Paulo à capital gaúcha, já está bem perto do limite de sua capacidade e por isso precisaria ser ampliado. A Petrobras é uma das controladoras da TBG, mas, segundo a ANP, isso não deve interferir no processo. A lei prevê que qualquer empresa interessada possa apresentar oferta para uso do Gasbol, desde que participe do investimento. Em caso de as ofertas superarem a estimativa de consumo, os interessados disputarão um leilão.
Empresas interessadas
A outra sócia da Petrobras no gasoduto, a BG, também está interessada no aumento da capacidade do Gasbol. A BG divide com a Shell o controle da Comgás, distribuidora em São Paulo, e utiliza até 50% de gás importado da Bolívia para atender a seu mercado.
Outras prováveis interessadas no concurso aberto são as empresas com reservas na Bolívia, ou com mercado no Brasil, entre elas a francesa Total e a espanhola Repsol, que são sócias da Petrobras naquele país, e a El Paso.
Conclusão
A previsão do mercado é de que o processo licitatório seja concluído até o início do segundo semestre e as obras levem em torno de dois anos para terminarem, fazendo com que o novo volume esteja disponível em 2008, ano em que especialistas avaliam como possível haver falta de gás natural no País, especialmente para o atendimento de usinas termelétricas.
A ANP já havia realizado uma chamada pública para ampliação do gasoduto, há três anos. Na época, apareceram interessados em trazer mais 51 milhões de metros cúbicos por dia, mas o processo foi abortado devido à redução do consumo de energia depois do racionamento de 2001. A maior parte do gás seria usada para abastecer usinas térmicas.


14/03/2006

Fonte: Estadão.com

 

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