País paga R$ 56,7 mi para encostar "Sucatão"


O governo federal anunciou ontem a aposentadoria do "Sucatão", o Boeing-707 que transporta o presidente da República. Ao custo de US$ 56,7 milhões, Luiz Inácio Lula da Silva vai voar a partir de dezembro num ACJ (Airbus Corporate Jetliner).
O anúncio foi feito pelo ministro do Planejamento, Guido Mantega. Ele justificou a troca porque o "Sucatão", um aparelho feito em 1958 e desde 1987 servindo a Presidência, é obsoleto e causa "embaraços" pelos altos níveis de ruído ao pousar no exterior.
De acordo com Mantega, a verba está no orçamento do Ministério da Defesa para este ano. A quantia será paga em quatro parcelas neste ano e duas em 2005.
A FAB (Força Aérea Brasileira) havia pedido à européia Airbus e à norte-americana Boeing no ano passado que fizessem ofertas para um avião com conforto para levar o chefe de Estado e que pudesse fazer vôos intercontinentais. As empresas são as únicas com tais capacidades e foi dispensada licitação, prerrogativa por questão de segurança nacional.
Em nota divulgada ontem à noite, a Aeronáutica informou que a compra é o resultado de "criteriosos estudos para o atendimento mais efetivo das missões presidenciais". Segundo a nota, nos últimos meses foram feitos os trâmites do processo de seleção e que dele "participaram as empresas Boeing e Airbus, tendo a Embraer declinado do convite".

Viagens
O "Sucatão" foi comprado da Varig em 1986 e começou a voar com o presidente em 1987. Desde que assumiu, Lula fez seis viagens no avião. Também testou tanto com o modelo da Airbus como com o da Boeing, o BBJ (Boeing Business Jet, versão executiva do famoso 737), emprestados.
O valor da aeronave encomendada ao consórcio europeu é US$ 38,6 milhões. Outros US$ 13,5 milhões serão gastos para adaptação dos equipamentos, além de US$ 4,6 milhões para logística. Além disso, a manutenção do avião custará US$ 5,1 milhões até 2009.
O ACJ irá servir Lula nas rotas internacionais de longa distância, podendo por exemplo ir de Brasília a Paris sem escalas, e também nas rotas internas e internacionais mais curtas. Hoje, Lula voa no Brasil e na América do Sul em um dos dois 737-200 da Presidência, que continuarão sendo usados em missões de apoio.
O governo afirma que a nova aeronave será equipada com sistemas de navegação e comunicação de ponta e estará apta para cumprir a nova legislação de emissão de gases e limites de ruídos da Organização de Aviação Civil Internacional. O Boeing-707 é vetado de linhas civis regulares em quase todo o mundo.
O próximo vôo do ""Sucatão" será na viagem do presidente Lula à Índia, no dia 24.
O ACJ tem cerca de 30 encomendas firmes hoje, algumas de governos. Na América Latina, o único operador é a Presidência da Venezuela: Hugo Chávez desde 2002 voa num ACJ, mas fez um negócio pior que Lula, pagando US$ 65 milhões por seu aparelho.
É a segunda aposentadoria anunciada do "Sucatão". Em 2000, Fernando Henrique Cardoso o trocou por vôos em leasing nos Airbus-330 da TAM, que venceu licitação. Lula reativou o Sucatão no ano passado. O motivo da primeira aposentadoria foi um incidente que quase acabou em tragédia em 1999, quando o vice-presidente Marco Maciel ia para a China e uma das quatro turbinas do avião explodiu. Foi feito pouso forçado em Amsterdã, e não houve feridos.


16/01/2004

Fonte: Folha de São Paulo

 

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