Dragagem: licitação sai em junho

Até o início do mês que vem será aberto processo licitatório para dragagem do canal de navegação e até o fim do mesmo mês será feito chamamento público para estudos para concessão. É o que garantem o secretário-executivo do Ministério da Infraestrutura (Minfra), Marcelo Sampaio Cunha Filho; o secretário Nacional de Portos, Diogo Piloni e o presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), o engenheiro naval Casemiro Tércio Carvalho. Eles estiveram em Santos fazendo uma avaliação das ações e projetos em implantação no maior Porto da América Latina.

"Até o início de junho abriremos a licitação, para dois anos de contrato. Caso atrase a licitação, como foi da última vez que ficou um ano e oito meses sem dragagem, faremos uma contratação emergencial. Mas temos isso só como uma carta na manga, para emergência e também para tranquilizar os operadores para que não aconteça o que aconteceu no passado, com navio atracado tirando contêiner pra poder sair", comenta Casemiro.

Com relação a concessão do canal, destaca que será feito um chamamento público, até o fim de junho, para doações de estudos. "Temos uma previsão de que em quatro meses teremos uma resolução. Já está decidido o modelo de concessão, que será administrativo e terá como critério de decisão a menor contrapartida exigida de tarifa", explica o presidente da Companhia.

A delegação do Minfra visitou às instalações do terminal da Santos Brasil, no Porto de Santos e embarcou em um navio com operação de cabotagem, para conhecer melhor a infraestrutura e as condições gerais da região.

"A ideia é estar mais próximo. Conhecer a estrutura, a realidade do porto. Os gestores de Brasília precisam conhecer os problemas e as melhorias. Queremos estar mais próximos nessa gestão. Mais de 90% do PIB circula nos portos. Por isso a importância de estarmos juntos", esclarece Marcelo Sampaio.

Após a visita ao terminal a comitiva deu uma volta de lancha para conhecer as instalações portuárias às margens de Santos e do Guarujá, com atenção especial para Alemoa e Ilha Barnabé.

DEMISSÕES
De acordo com eles, não há o que possa ser feito para que algum armador assuma a lacuna que será deixada pelo fim das operações do terminal da Libra, uma vez que depende única e exclusivamente de interesse privado.

"O que podemos fazer é oferecer para o capital privado, para as empresas e grupos, algo interessante, que seja atrativo para investimento, fomentar operadores para utilizar essa área", comenta o secretário Nacional de Portos, Diogo Piloni.

A Codesp tem se comunicado com sindicatos e representantes de categorias que serão afetadas diretamente com o fim imediato de mais de mil e cem postos de serviço, porém, vê uma possibilidade de interferência no mercado algo fora de cogitação.

"Tivemos reunião na Settaport, na última segunda feira. Nos reunimos também com as cooperativas de caminhoneiros. Nos comprometemos em conversar com o Sindicato dos Armadores de Contêiner (Centronave) para tentar, mais uma vez, uma solução para essa situação. Porém o presidente do sindicato já nos alertou que não pode falar em nome dos armadores. É preciso que exista uma economia por trás para que esses armadores queiram investir, não basta apenas ter a linha, ou seja, não basta um navio escalar e achar que a carga vai nascer só por ter essa linha", conclui o presidente da Codesp.

Para a Deputada Federal Rosana Valle (PSB), que acompanhou a entrevista coletiva, apesar do cenário não ser muito favorável, há otimismo."Esses trabalhadores precisarão ser absorvidos por um novo terminal, ou por outros terminais. Mas a automação vem ai também, é uma época de passagem do fim do trabalho braçal para a automação. É preciso fazer a lição de casa. Capacitar esses trabalhadores e tirar do papel projetos de hidrovias", finaliza.

18/05/2019

Fonte: Diário do Litoral