Estação Ferroviária de Sorocaba recebe manutenção preventiva

A antiga estação ferroviária, que é um imóvel tombado em nível municipal e estadual, está passando por manutenção preventiva. De acordo com a Prefeitura de Sorocaba, a ação coordenada pela Secretaria de Conservação, Serviços Públicos e Obras (Serpo), começou no início de junho e deve ser concluída até o final deste mês.

De acordo com a Serpo, “trata-se de pintura e manutenção preventiva, visando a conservação da fachada, até que seja realizada a licitação para o restauro do prédio”. A administração municipal não deu previsão de quando a concorrência deve ser aberta. As intervenções, ainda segundo a pasta, estão sendo feitas por uma empresa de manutenção preventiva e corretiva terceirizada, contratada por meio de licitação. A Prefeitura afirma que o Conselho Municipal de Defesa do Patrimônio Histórico, Artístico, Arquitetônico, Turístico e Paisagístico de Sorocaba (CMDP) foi comunicado sobre a manutenção e está realizando vistorias regulares, em conjunto com a fiscalização técnica de engenharia da Secretaria de Conservação, Serviços Públicos e Obras (Serpo).

Última reforma foi em 90
Tombada em 1996 pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (Condephaat), atualmente órgão ligado à Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa, e pelo CMDP em 2003, a antiga estação ferroviária, situada na avenida Afonso Vergueiro, na altura do número 310, teve sua última grande reforma em 1990. No final de 2012 foram feitos pequenos reparos de instalações internas, como o piso de madeira e o telhado. Desde então, o prédio histórico encontra-se em estado de deterioração.

Considerado um dos principais patrimônios arquitetônicos de Sorocaba, o prédio da estação foi inaugurado em 1875 e é o primeiro edifício de tijolos do município. Até então, os demais prédios que existiram na cidade eram todos feitos de terra solada ou taipa de pilão. O imóvel foi projetado pelo engenheiro Clemente Novelleto Spetzler, natural da Alemanha, e construído pelo sorocabano Teotônio José de Araújo e por Francisco das Chagas do Amaral Fantoura, que veio de São Paulo exclusivamente para trabalhar na obra.

A construção foi liderada pelo empresário Luiz Matheus Maylasky que, cinco anos antes, junto com um grupo de empresários sorocabanos, foi convidado a integrar a Companhia Ituana que pretendia estender os trilhos da Estrada de Ferro Santos-Jundiaí até Itu. Os ituanos, no entanto, desistiram da proposta, e Maylasky declarou que construiriam sua própria estrada de ferro interligando Sorocaba a São Paulo, a Companhia Sorocabana.

De acordo com o inventário dos edifícios de Sorocaba tombados pelo Patrimônio Histórico, elaborado pelo Instituto dos Arquitetos do Brasil — Regional Sorocaba, no início do século 20 a Sorocabana foi arrendada ao empresário Percival Farquhar que, após concordata, perde seu controle para o Estado, passando a se chamar Estrada de Ferro Sorocabana (EFS). Sob a presidência de Júlio Prestes, viveu seus anos dourados, experimentando nova expansão. Os edifícios, por sua vez, passam por grandes transformações. Em 1971, o governo aglutinou todas as empresas ferroviárias numa única, a Fepasa que em 1998 foi transferida para a União e, posteriormente, privatizada.

Em 2016, todo o complexo ferroviário foi tombado em nível estadual pelo Condephaat, englobando não só a Estação Ferroviária, mas também as oficinas, residências (Chalé Francês e Museu Ferroviário), centro administrativo, quadra de esportes, armazéns (Macs e Barracão Cultural), pátio de manobras e o prédio onde funcionava um antigo setor administrativo, ao lado da escola Matheus Maylasky que foi atingido por um incêndio no final de abril.

15/06/2019

Fonte: Jornal Cruzeiro